Os suicídios no Exército dos Estados Unidos atingirão novo recorde neste ano, disse um general na terça-feira, 17, num anúncio que deve aumentar as preocupações em torno do nível de estresse das forças norte-americanas. Os dados, anunciados num momento em que o presidente Barack Obama avalia se envia mais 40 mil soldados ao Afeganistão, mostram que o número de suicídios entre militares da ativa neste ano já igualou o recorde de 140 mortes do ano passado.
"É quase certeza que terminaremos esse ano com mais (suicídios) que no ano passado", disse o general Peter Chiarelli, vice-chefe de pessoal do Exército. "Isso é horrível e eu não quero minimizar a importância desses números de forma alguma."
Outros 71 soldados cometeram suicídio quando não estavam em serviço neste ano - quase 25% a mais do que o total de 2008. Alguns deles voltaram para casa semanas antes de tirarem a própria vida. Esses números se referem somente ao Exército dos EUA. As informações sobre as demais forças não estavam imediatamente disponíveis.
O chefe do Estado-Maior acrescentou que embora os números parecem haver declinado nos últimos meses, o Exército está tentando determinar a razão dos suicídios. "Ainda não encontramos vinculação com alguma causa que tenha importância estatística e que nos permita prever de maneira efetiva o comportamento humano. A realidade é que não há uma resposta simples para cada suicídio", assinalou.
Segundo alguns especialistas em assuntos de Defesa, alguns suicídios militares se devem ao transtorno pós-traumático causado pelo desdobramento dos soldados em conflitos no exterior, como os do Iraque e Afeganistão. No entanto, Chiarelli manifestou que há novos números estatísticos que mostram um aumento dos suicídios entre soldados jovens que nunca participaram de uma missão de combate.
O alto comando militar assinalou que, além do aumento dos suicídios, se advertiu um aumento no número de soldados que consomem uma maior quantidade de fármacos e álcool após seu retorno das zonas de combate. No entanto, indicou sua esperança que se mantenha a tendência de baixa advertida nos últimos meses.