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Obama envia novo acordo de redução nuclear com a Rússia ao Senado

Novo Start reduz em 30% arsenal dos dois países; presidente também pediu fundo nuclear de US$ 80 bi

Por Reuters e Efe
Atualização:

WASHINGTON- O presidente Barack Obama enviou nesta quinta-feira, 13, um tratado de redução de armas conjunto com a Rússia, junto a um pedido de US$ 80 bilhões para fundos nucleares, o que pode ajudá-lo a ganhar votos da oposição.

 

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Segundo o secretário de Defesa americano, Robert Gates, os US$ 80 bilhões - que podem ser gastos durante uma década - eram necessários para "reconstruir e sustentar o envelhecido arsenal americano".

 

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O tratado, que precisa ser ratificado pelo Senado e pelo Parlamento russo, reduziria em 30% os arsenais nucleares estratégicos remanescentes da Guerra Fria.

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Conhecido como Tratado de Redução de Armas Estratégicas (Start, na sigla em inglês), o acordo também é visto com o principal passo em direção a uma redefinição nas relações entre os Estados Unidos e a Rússia, prejudicadas durante a administração Bush.

 

"Os Estados Unidos está bem melhor com esse tratado do que sem ele", disse Gates ao Wall Street Journal. "Ele reforça a segurança dos Estados Unidos e de nossos aliados e promove estabilidade estratégica entre as duas maiores potências nucleares", afirmou.

 

A petição para o fundo de US$ 80 bi pode ser dirigida a preocupações alguns senadores republicanos, que disseram que a administração Obama precisa conseguir mais recursos para modernizar o arsenal de armas nucleares americano para convencê-los de que um arsenal menor é viável.

 

Obama, que precisará de apoio republicano entre os 67 votos necessários para o consentimento do Senado, conversou por telefone nesta quinta com seu colega russo, Dmitri Medvedev.

 

"Os presidentes destacaram a importância de completar o processo de ratificação nas duas nações o mais rápido possível", afirmou a Casa Branca em um comunicado.

 

Obama fez da não proliferação nuclear uma das principais prioridades de seu governo, e no último mês divulgou uma política de restrição americana ao uso de armas nucleares.

 

O líder americano, que ganhou um Nobel da Paz por causa de sua visão para um mundo livre de armas nucleares, também renunciou ao desenvolvimento de novas armas nucleares e em meio revelou pela primeira vez o atual tamanho do arsenal atômico americano.

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O governo russo afirmou nesta quarta que pode fazer o mesmo depois de o acordo com os Estados Unidos entrar em vigor.

 

Se a revelação ocorrer, ela pode pressionar que outras potências nucleares - como China, Paquistão, Índia e Israel - também divulguem o tamanho de seus arsenais.

 

Irã

 

Obama falou hoje por telefone com Medvedev e acordou com ele a intensificação das negociações em Nova York para impor novas sanções ao Irã.

 

Em comunicado, a Casa Branca indicou que ambos conversaram sobre as negociações desenvolvidas na sede da ONU em Nova York e acordaram "instruir seus negociadores para que intensifiquem os esforços para chegar a uma conclusão o mais rapidamente possível".

 

O presidente americano fixou como objetivo conseguir uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que imponha novas sanções ao Irã para antes de finais de junho.

 

Até o momento, Rússia e China se mostram menos entusiastas que os demais membros permanentes do Conselho de Segurança (EUA, Reino Unido e França) sobre o alcance que as sanções devem ter.

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A conversa acontece dias antes de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva começar, neste fim de semana, uma visita oficial a Teerã.

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