BUENOS AIRES - A Argentina extraditou um ativista norueguês e uma jornalista britânica de uma Organização Não-Governamental (ONG) que participariam da 11ª reunião ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC). A informação foi confirmada pela ministra de Relações Exteriores argentina, Susana Malcorra. Com temor de protestos, Buenos Aires tem um fortíssimo esquema de segurança e todo o bairro Puerto Madero está fechado aos carros e com restrição ao ingresso de pedestres.
A extradição dos dois participantes aconteceu nos últimos dias e foi revelada pela imprensa argentina neste sábado. A decisão foi confirmada pela chanceler argentina ao argumentar que os critérios exigidos para o credenciamento e a emissão de visto para ONGs são conhecidos desde dezembro de 2016.
Segundo a ministra, foi rejeitado pedido de visto para 60 pessoas ligadas a 18 ONGs. "Isso gerou pedido de revisão das entidades ou dos países e a situação de 42 pessoas permaneceu inalterada. Isso foi feito com base em critérios de segurança", disse a chanceler, sem dar detalhes. O temor é que esses membros de ONG pudessem liderar protestos durante o evento.
O primeiro extraditado foi Petter Titland, ativista que lidera uma organização pela taxação de operações financeiras na Noruega. Ao ter a entrada negada na Argentina, deixou o país em um voo de Buenos Aires para Florianópolis (SC). Lá, permaneceu à espera do pedido de revisão da decisão. Pelo Twitter, Titland disse que conseguiu revisar a decisão e deve chegar à capital argentina no fim da tarde deste domingo.
A outra extraditada foi Sally Burch, jornalista britânica que mora no Equador e dirige a Agencia Latinoamericana de Información (Alai). Em nota, a Alai cita que a extradição teria sido motivada por "opiniões e critérios" de Sally Burch. Não há informação se a jornalista conseguiu reverter a decisão das autoridades argentinas.
Segurança
Desde sábado, a capital argentina tem forte esquema de segurança. Toda a área onde acontecem as principais reuniões da OMC - a área turística de Puerto Madero - está fechada aos carros e a circulação de pedestres é rigidamente controlada. Só entra no bairro quem está credenciado para a reunião da OMC, trabalha ou mora na área. Lojas e restaurantes da área, que normalmente ficam lotados nos fins de semana do verão, estão vazios porque clientes comuns não conseguem chegar à região.
No restante da cidade também há bloqueios e algumas ruas estão fechadas com tráfego exclusivo para veículos autorizados pela organização do evento.