Boca de urna aponta Scioli em primeiro nas eleições na Argentina

Favorito nas pesquisas, candidato governista está na dianteira em pré-apuração feita por partidos; conservador Mauricio Macri vem na sequência e há divergências sobre segundo turno

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Por Rodrigo Cavalheiro e correspondente
Atualização:
Favorito segundo as pesquisas, Daniel Scioli vota em Tigre Foto: AP Photo/Jorge Saenz

Atualizada às 22h29

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BUENOS AIRES - O governista Daniel Scioli foi o mais votado na eleição presidencial argentina deste domingo, 25, segundo pesquisas de boca de urna, à frente do conservador Mauricio Macri. Levantamentos das coalizões dos dois candidatos confirmaram com isso a previsão de praticamente todas pesquisas de opinião, mas divergiram sobre a necessidade de segundo turno em 22 de novembro.

Uma dúvida menor sobre o resultado da eleição foi dissipada logo após o encerramento da votação, às 18 horas. O ex-kirchnerista Sergio Massa, da coalizão UNA, ficou em terceiro lugar, após figurar como favorito até o fim do ano passado. 

Ele rompeu com o governo em 2013 e formou uma frente que ganhou a eleição parlamentar daquele ano. Com isso, barrou o projeto de mudança constitucional que permitiria a Cristina disputar um terceiro mandato. A terceira colocação foi confirmada por seu chefe de campanha, Alberto Fernández. Ele não quis dizer se Massa apoiaria algum dos dois se for confirmada uma nova votação.

Em relação à necessidade de um segundo turno, houve divergência entre as equipes de campanha de Scioli e Macri, que se manifestaram logo após o encerramento da votação. Integrantes da coalizão de Scioli, governador da Província de Buenos Aires, não expuseram seus números oficialmente. Informalmente, previram uma vitória apertada em primeiro turno.

Na coalizão conservadora, os representantes de Macri foram mais enfáticos ao dizer que haverá nova votação. “Vamos representar essa massa que quer mudança”, disse Ernesto Sanz, representante do Cambiemos e possível de ministro de Justiça de Macri. 

O chefe de campanha de Macri, Marcos Peña, afirmou que a diferença entre os dois primeiros, segundo a boca de urna da coalizão, era menor do que a registrada na primária obrigatória de 9 agosto. Scioli obteve então 38,6% dos votos e a coalizão de Macri chegou a 30%. Para ganhar em primeiro turno, Scioli deveria chegar a 40% e abrir 10 pontos sobre Macri.

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A Argentina nunca teve um segundo turno. Um seria disputado entre Néstor Kirchner e Carlos Menem em 2003, mas este desistiu. Kirchner chegou à presidência com os 22% obtidos no primeiro turno (Menem teve 24%), iniciando os 12 anos de kirchnerismo. 

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