O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou na quinta-feira, 5, que o Brasil não reconhecerá as eleições presidenciais de Honduras, marcadas para o dia 29 de novembro, caso o presidente deposto do país, Manuel Zelaya, não seja restituído. A declaração do ministro brasileiro ocorreu no encontro de chanceleres da América Latina na Jamaica, onde o recuo das negociações em Honduras foi criticado, segundo a Agência Brasil.
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Amorim referiu-se ao anúncio da quinta-feira de Roberto Micheletti, líder do governo de facto hondurenho, de que criaria um governo de unidade sem integrar ministros de Zelaya, descumprindo assim o acordo firmado entre as partes na última semana.
"O que está em jogo é a democracia no continente e a credibilidade do sistema interamericano", afirmou Amorim, no seu discurso. "É indispensável o retorno de Zelaya em tempo hábil. O Brasil e muitos países da região não reconhecerão eleições sem que isso ocorra", completou.
Assim como Amorim, os chanceleres da Argentina, Venezuela e de Cuba foram contundentes nas suas intervenções. A presidente da reunião de ministros, a chanceler mexicana, Patrícia Espinosa, afirmou que a manifestação conjunta seria fundamental para consolidar a posição dos países em defesa da busca pela manutenção do acordo de outubro e o fim do impasse em Honduras.
Há 46 dias, Zelaya e um grupo de simpatizantes estão abrigados na embaixada do Brasil em Tegucigalpa (Honduras). O governo do Brasil se mantém em defesa do retorno do presidente deposto ao poder e contrário a quaisquer atos associados à tentativa de golpe político.