HAVANA- O Arcebispo de Havana, cardeal Jaime Ortega, voltou a insistir nesta sexta-feira, 17, que todos os presos políticos cubanos serão libertados porque isso é "uma promessa", mas não sinalizou uma data.
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"Há uma promessa feita de que os presos, todos, vão ser libertados, e essa promessa é a que repito, porque deve ser cumprida', disse Ortega à Efe em Havana.
"Eu nunca tive datas, nunca soube quando. O que sei é que tive a convicção de que todos vão ser libertados", acrescentou o cardeal.
Ortega celebrou hoje uma missa pela festividade de São Lázaro no Santuário de El Rincón, onde foram milhares de cubanos em peregrinação para adorar o santo conhecido na ilha como "el milagroso".
Durante a celebração, o religioso disse que a Igreja Católica "intercedeu" pelos réus e alguns já foram libertados, em referência aos dissidentes soltos pelo governo cubano nos últimos cinco meses.
Além disso, indicou que as libertações continuarão sendo feitas, mas deixou claro que a Igreja não se interessa só "por um tipo de presos".
Desde que foi iniciado o processo de libertações, em julho passado, após o diálogo entre o governo e a igreja católica da ilha, as autoridades cubanas soltaram 55 presos políticos, sendo que 51 foram acolhidos pela Espanha, mediadora do acordo.
Desse total, 41 são dos 52 dissidentes do "Grupo dos 75", presos em 2003 durante a repressão conhecida como Primavera Negra.
Ainda permanecem presos 11 dissidentes que se negaram a viajar à Espanha como condição para serem soltos.