Chávez nega planos de guerra em meio a tensão com Bogotá

Líder diz que não convocou país para conflito, mas pediu para que todos estivessem preparados para defesa

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Por Redação
Atualização:

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, negou na terça-feira, 10, que tenha pedido para que o país se prepare para uma eventual guerra com a Colômbia, em meio a uma elevada tensão entre os dois países por causa de um acordo de cessão de bases colombianas aos EUA. "Agora me acusam, por todos os lados, de chamar para uma guerra... Fiz um pedido para que meu povo e meus soldados estivessem preparados para defender este país da ameaça que representa as sete bases militares aqui mesmo na Colômbia", afirmou o líder durante ato em que ainda chamou o governo de Bogotá de cínico.

 

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No domingo, Chávez pediu aos militares venezuelanos que estejam "prontos para a guerra" e preparem o povo para "defender a pátria" de uma eventual agressão. Segundo Chávez, a partir das bases, os americanos poderiam monitorar o seu país e, eventualmente, preparar uma invasão. O governo colombiano anunciou que levará as "ameaças de guerra" ao Conselho de Segurança da ONU e à Organização dos Estados Americanos (OEA).

 

"A Colômbia hoje, e isso é doloroso dizer, não tem governo próprio. Agora, porque estou pedindo a preparação da defesa do país, a oposição me chama de belicista". "Porém, a oposição venezuelana se alinha imediatamente com quem agride a Venezuela. Esta direita não tem pátria", afirmou. "O governo da Colômbia ameaçou levar-me ao Conselho de Segurança. É preciso ter muito cinismo e cara de pau. Um governo como o da Colômbia, que abriu as portas para os EUA com sete bases que vigiarão todos" na região, insistiu Chávez.

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As relações entre a Venezuela e a Colômbia sofreram altos e baixos na última década e vivem nova crise desde julho. Chávez congelou as relações bilaterais após a Colômbia anunciar que pretendia ceder o uso de sete de suas bases aos EUA. A crise diplomática se aprofundou nas duas últimas semanas, quando dois militares venezuelanos foram assassinados no Estado fronteiriço de Táchira por supostos paramilitares. Depois do incidente, a presença militar venezuelana foi reforçada nas fronteiras com a Colômbia e o Brasil, sob o argumento de intensificar as operações contra o narcotráfico e a extração ilegal de minérios.

 

Antes do assassinato dos militares, há duas semanas, dez pessoas que haviam sido sequestradas foram encontradas mortas, também no Estado de Táchira. O governo venezuelano disse na ocasião que se tratavam de "paramilitares colombianos em treinamento" na Venezuela. Neste mesmo período, dois agentes do serviço de inteligência colombiano foram presos em território venezuelano acusados de espionagem - alegação que o governo colombiano nega.

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