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Governo da Venezuela afirma que Leopoldo López poderá votar hoje

Preso há mais de um ano por "incitar violência em protestos", López passou a última semana solicitando que uma mesa eleitoral fosse instalada no presídio

Por Felipe Corazza
Atualização:

CARACAS - A votação da eleição legislativa na Venezuela começou há poucas horas e a procuradora-geral da República, Luisa Ortega Díaz, afirmou que o opositor preso Leopoldo López poderá "exercer seu direito ao voto".  López, preso há mais de um ano e condenado a quase 14 anos por "incitar violência em protestos" passou a última semana solicitando, por meio de seu advogado, que uma mesa eleitoral fosse instalada no presídio militar de Ramo Verde. A alternativa seria transportá-lo até uma seção eleitoral.

Venezuelanos votam em Caracas neste domingo Foto: Juan Barreto/AFP

A procuradora confirmou que a condenação de López, ainda em processo após recurso apresentado pela defesa, não retira, ainda, o direito ao sufrágio. Segundo Luisa, foi enviado um comunicado no início da manhã de hoje ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE) para que providenciasse as condições e disponibilizassem uma mesa para o opositor. Pela legislação venezuelana, detentos mantêm seu direito ao voto em todas as eleições, referendos ou plebiscitos até que haja condenação definitiva. Os venezuelanos escolherão hoje os 167 deputados que comporão a Assembleia Nacional pelos próximos cinco anos. Pela primeira vez desde que Hugo Chávez chegou ao poder, em 1999, a oposição tem diante de si a perspectiva de conquistar maioria no Legislativa unicameral do país. O ânimo dos opositores - provocado principalmente por pesquisas de intenção de voto que apontavam uma vantagem de cerca de 30% no número de votos -, no entanto, é contrabalançado pelo fato de que a distribuição de cadeiras não é necessariamente um reflexo do volume total de votos. Pela configuração distrital dos votos, é possível que o chavismo conquiste maioria mesmo com um número total de votos inferior ao da coalizão Mesa da Unidade Democrática (MUD), opositora. Outra preocupação é com o reconhecimento dos resultados. Apesar das declarações públicas de chavistas - entre eles, o presidente Nicolás Maduro - de que reconhecerão qualquer apuração, há temor de que militantes de ambos os lados vão às ruas para contestar o saldo final das urnas, seja qual for. Não há previsão exata para o início da divulgação dos números. O CNE já afirmou que só haverá boletim oficial quando a apuração apontar resultados irreversíveis.

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