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Lula diz que sonha com 'clássico da paz' no Oriente Médio

Presidente diz que gostaria de ver jogo de futebol entre a seleção brasileira e time de israelenses e palestinos

Por Agência Brasil e Reuters
Atualização:

Ao comentar as reuniões com líderes do Oriente Médio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira, 23, que sonha com "um jogo da paz" entre a seleção brasileira contra um time misto de palestinos e israelenses.

 

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No início do mês, o presidente de Israel, Shimon Peres, esteve no Brasil para uma visita de três dias. Já o líder da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, chegou ao país na última sexta-feira. Nesta segunda, Lula recebe o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, e encerra a primeira etapa de um ciclo de articulações em busca da paz no Oriente Médio - que começou no final do ano passado. Para Lula, o momento é propício para estabelecer o diálogo por conta da capacidade de negociação do governo brasileiro.

 

"Poucos países têm a primazia de, em 15 dias, receber o presidente Shimon Peres, o presidente Mahmoud Abbas e o presidente Ahmadinejad. São três países que estão envolvidos em conflito e que têm muita responsabilidade pela paz no Oriente Médio", disse, no programa semanal Café com o Presidente.

 

Lula lembrou que a divergência entre os três países é histórica. "Não adianta isolar as pessoas", afirmou, ao destacar que é preciso estabelecer uma política séria de negociação para que se possa acreditar que é possível estabelecer a paz na região.

 

O presidente confirmou sua visita a Israel, ao Irã e ao território palestino em março do ano que vem e disse que aguarda apenas retorno dos três líderes para estabelecer uma data. "Tenho uma tese de que não é possível que não se encontre um caminho para fazer a paz. Achamos que é preciso envolver outros países, outros atores, outros negociadores, para que a gente possa tentar discutir a paz de verdade."

 

Ele pediu também que o Irã não seja deixado de lado nas negociações de paz e cobrou da Organização das Nações Unidas (ONU) maior intervenção nos conflitos do Oriente Médio. "Se o Irã é um ator importante em toda essa discórdia, é importante que alguém sente com o Irã, converse com o Irã e tente estabelecer um ponto de equilíbrio, para que a gente volte a uma certa normalidade no Oriente Médio".

 

Lula afirmou ainda que conversa com todas as partes e que não aceita intolerância. "Quem acha que a gente não pode conversar é tão intolerante quanto aqueles que não querem a paz". "É preciso que a gente agora comece a perguntar quem é que não quer a paz. E detectar quais são os grupos que estão radicalizando para não ter a paz. Porque é com esses que nós precisamos procurar parceiros para conversar", disse. "A ONU deveria estar negociando, estabelecer com os países qual é o critério, qual é base para fazer o acordo e fazer o acordo e viver tranquilo", afirmou.

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A presença de Ahmadinejad no Brasil atraiu críticas de grupos que afirmam que há falta de liberdade e democracia no Irã e que atacam o presidente iraniano por declarações em que ele negou a existência do Holocausto.

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