O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, culpou os Estados Unidos por não ter conseguido retornar ao poder. Segundo ele, Washington colocou em primeiro lugar seus interesses domésticos em detrimento à luta pela restauração da democracia hondurenha.
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Em entrevista publicada neste sábado, 28, pelo jornal costarriquenho "La Nación", o líder destituído refugiado na embaixada brasileira de Tegucigalpa, assegurou que nos cinco meses que transcorreram desde o golpe de Estado, os Estados Unidos foram o país "que menos o apoiaram."
Ele ressaltou que enviou uma carta à Organização dos Estados Americanos (OEA) denunciando que com seu anúncio do reconhecimento das eleições de amanhã em Honduras, os Estados Unidos estão abandonando um dos mandatos da organização, que era precisamente sua volta à Presidência.
De acordo com Zelaya, uma vez que assinou o acordo Tegucigalpa-San José, que estabelecia uma via para que um Governo de reconciliação tomasse o poder em seu país, "o Departamento de Estado (dos EUA) começou a interpretá-lo a sua maneira."
Para Zelaya, se a comunidade internacional reconhecer o resultado do pleito de amanhã estará aprovando uma ditadura, por isso que assegurou que seu maior legado será sua "luta pela decência, a honestidade e de posições frente ao abuso de poder que por séculos desfrutaram os que têm maior autoridade em suas sociedades."