Argentina suspende buscas por sobreviventes de submarino

Marinha mantém operações de resgate, mas considera como mortos os 44 tripulantes do submarino ARA San Juan, que desapareceu no dia 15

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:
Porta-voz da Marinha Argentina, Enrique Balbi Foto: Esteban Felix/AP

BUENOS AIRES - A Marinha argentina abandonou a tentativa de resgate dos 44 tripulantes do submarino ARA San Juan, que desapareceu no dia 15. O porta-voz da Marinha, Enrique Balbi, disse nesta quinta-feira que “não haverá salvamento de pessoas”.

PUBLICIDADE

“Apesar da magnitude dos esforços realizados nos últimos dias, não foi possível localizar o submarino e agora mudamos de fase, de uma operação de resgate para uma operação de localização.”

+++ Marinha brasileira retira embarcações das buscas pelo submarino ARA San Juan

Apesar de Balbi não ter dito expressamente, o anúncio significa que as autoridades consideram como mortos os 44 marinheiros do submarino. “Foi ampliado para mais que o dobro o número de dias que determinam as possibilidades de resgate da tripulação”, disse Balbi. Questionado sobre a chance de os tripulantes estarem mortos, Balbi disse que, “até que se tenha a localização” da embarcação, não será dada uma “confirmação categórica”.

+++ TV argentina revela última mensagem enviada por submarino desaparecido

Ao receber a informação, parentes das vítimas voltaram a criticar as Forças Armadas. “Eles nos esconderam informações e mentiram reiteradamente para nós”, disse ao jornal Clarín o advogado Luis Tagliapietra, pai de Alejandro, um dos tripulantes. “É preciso uma investigação ativa e uma intervenção direta para que saibamos a verdade.”

O último contato do submarino com a base foi no dia 15 pela manhã, quando navegava no Atlântico Sul, na altura do Golfo de São Jorge, a 450 km da costa. Três horas depois, um ruído semelhante a uma explosão foi detectado a 30 milhas de onde o último contato foi feito.

Publicidade

+++ Sumiço de submarino argentino afeta popularidade de Mauricio Macri

Na segunda-feira, um canal de TV argentino divulgou o conteúdo da última comunicação do comandante do submarino. “Entrada de água do mar pelo snorkel no tanque de baterias número 3 ocasionou curto-circuito e princípio de incêndio no balcão de baterias. As baterias de proa estão fora de serviço. No momento de imersão, propulsando com circuito dividido. Sem novidades de pessoal. Manterei informado”, dizia a mensagem, assinada pelo comandante Claudio Javier Villamilde. 

Na semana passada, a Marinha argentina havia revelado que uma “anomalia hidroacústica” havia sido detectada em um ponto próximo da última localização do submarino. Segundo Balbi, ocorreu um “evento anômalo, singular, curto, violento e não nuclear, consistente com uma explosão”. 

+++ Tragédia de submarino expõe casos de corrupção na Marinha argentina

O Clarín ouviu nesta quinta-feira um engenheiro naval e capitão de fragata que trabalhou e fez reparos no ARA San Juan. Horacio Tobías afirmou ao jornal que o submarino pode ter sofrido uma “descarga elétrica descontrolada” provocada pela entrada de água do mar. “A descarga teria provocado uma explosão interna que, em dois minutos, pode ter causado a morte de todos os tripulantes por intoxicação com hidrogênio”, disse. Segundo ele, a descarga seria como um raio de 7,5 megawatts. /REUTERS, AP, EFE e AFP

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.