Militares participam hoje de reconstituição dos fatos de 30 de setembro em Quito
QUITO- Um líder oposicionista próximo ao ex-presidente equatoriano Lucio Gutiérrez foi detido por agentes da Polícia Judicial nesta terça-feira, 5, após ser acusado pelo governo de estar ligado a rebelião policial que levou o país ao caos na quinta-feira passada.
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A revolta, na qual morreram ao menos oito pessoas e quase 300 ficaram feridas, foi classificada pelo presidente Rafael Correa como tentativa de magnicídio. A oposição defende que a insurreição de um dia foi um mero protesto cujo controle escapou das mãos das autoridades.
Fidel Araujo, membro do Partido Sociedade Patriótica (PSP), foi capturado para que seja investigada sua relação com o levantamento de centenas de uniformizados em um hospital onde Correa foi assediado.
"Sei que estou detido para investigação por 24 horas. Estou continuando com os procedimentos normais", disse Araújo a Reuters em uma breve conversa por telefone.
Correa acusou Gutiérrez e outros líderes do PSP, principal partido de oposição, de estarem por trás da crise.
O militar retirado liderou um golpe de Estado contra Jamil Mahuad em 2000 e ganhou a presidência em 2002, mas foi destituído três anos depois em uma novo golpe.
Araújo aparece em algumas imagens de televisão durante as primeiras horas do protesto no Regimento número 1 de Quito.
A revolta da última quinta terminou com um tiroteio entre militares que resgataram o presidente da clínica e policiais rebelados, que protestavam contra um plano de austeridade que corta benefícios da categoria.
A Procuradoria Geral do Equador já empreendeu várias investigações para averiguar o suposto sequestro de Correa, assim como a tentativa de assassinato contra o governante.