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Peru busca posição mais firme sobre caso de espionagem do Chile

Atualização:

O Peru busca uma posição mais firme em relação ao caso de espionagem do Chile com o regresso da Ásia do presidente Alan García, que deve encabeçar um conselho de segurança nacional, informou nesta segunda-feira o governo peruano. García voltou de Cingapura antes do encerramento do fórum da Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico (Apec) em um sinal de aborrecimento pelo caso de um agente da Força Aérea do Peru (FAP) detido e acusado de enviar informação militar reservada ao Chile. Para o governo peruano, o caso é ofensivo e deixou "delicada" a relação com o Chile, que afirma de sua parte que não pratica espionagem e pede prudência sobre a situação. O caso ocorre em um momento em que os dois países, cuja relação sofre altos e baixos desde que ambos se enfrentaram em uma guerra no fim do século XIX, mantêm um litígio internacional por uma divergência em seus limites marítimos. "Tomara que se possa convocar o Conselho de Segurança e se possa tomar uma posição institucional, de Estado, e a posição do país tem que ser muito firme, condenando esse tipo de atitude que é antidemocrática, que lesa uma relação cordial de irmandade", disse o primeiro-ministro, Javier Velásquez.. O mandatário peruano chegou a Lima na manhã desta segunda-feira e até agora não fez declarações à imprensa. Segundo o ministro peruano da Defesa, Rafael Rey, o suboficial da FAP que trabalhou na embaixada peruana do Chile em 2002, espionava há pelo menos dois anos. "Se esse senhor realizou esse trabalho, não o fez só, se recebeu dinheiro, alguém o entregou", disse Velásquez à rádio local CPN. Uma fonte da FAP disse à Reuters que o caso era investigado havia meses e foi notificado à Promotoria e ao governo para a formulação das acusações. O Peru apresentou em 2008 ante a Corte Internacional de Haia uma demanda na qual busca delimitar sua fronteira marítima com o Chile, cujo governo considera que já foi fixada há mais de meio século quando foram assinados dois acordos. Mas, para Lima, os mesmos foram apenas pactos para regular a fauna pesqueira na região. (Reportagem de Marco Aquino)

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