Policiais que prenderam 'La barbie' não sabiam quem ele era, diz relatório

Segundo documento da PF mexicana, oficiais não foram informados sobre identidade de chefe de cartel

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Por AP
Atualização:

CIDADE DO MÉXICO- A prisão do capo Edgar Valdez Villarreal, conhecido como "La Barbie", foi apresentada pela Polícia Federal Mexicana como resultado de uma operação de inteligência de mais de um ano, com a participação de agentes treinados no exterior, capacitados em incursões em qualquer terreno e no manuseio de qualquer tipo de armamento.

 

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O relatório oficial sobre a prisão de um dos líderes do cartel Beltrán Leyva, no entanto, informa que os policiais federais que o detiveram nem sequer sabiam que ele era um dos narcotraficantes mais violentos e mais procurados no México e nos Estados Unidos.

 

Segundo reporte oficial da Polícia Federal entregue à Procuradoria Geral da República, do qual a AP obteve uma cópia, os policiais só descobriram depois que haviam prendido "La Barbie" em um comboio de três veículos em alta velocidade.

 

"Os ordenamos que saíssem do veículo, descendo do primeiro deles uma pessoa do sexo masculino, que vestia camisa tipo polo de cor verde e calça jeans de cor azul, de pele branca, que agora sabemos que se trata de Edgar Valdez Villarreal, conhecido como 'la Barbie'", afirma o relatório policial.

 

No reporte, os oficiais afirmam que realizavam patrulhas em coordenação com elementos de operações especiais, depois de terem sido notificados que na região havia membros do crime organizado.

 

Um funcionário da Polícia Federal que não quis se identificar confirmou à AP a autenticidade do documento e que os policiais que prenderam "La Barbie não sabiam sua identidade".

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O Partido da Revolução Democrática (PRD), principal grupo político de esquerda no país, considerou que a informação oficial sugere que o quarto informe do governo do presidente Felipe Calderón apresentado em 1º de setembro é "uma montagem".

 

"Não ajuda que sejam dados esses tipos de golpes de sorte, armados dessa maneira, prévios ao informe do presidente da República, porque a população se sente como espectadora de uma montagem", disse a secretária geral do PRD, Hortensia Aragón, para quem as autoridades federais deveriam oferecer uma desculpa pública.

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