Protesto no Irã é 'demonstração de quem perdeu', diz Lula

Presidente não comenta sobre fraude, mas insinua que votação em Ahmadinejad foi suficiente para reeleição

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Por Jamil Chade e de O Estado de S. Paulo
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira, 15, que os protestos no Irã são "demonstrações de quem perdeu". Lula preferiu não comentar as alegações de fraude no Irã, mas insinuou que a votação do presidente Mahmoud Ahmadinejad seria suficiente para o eleger.

 

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"Ele recebeu mais de 60% dos votos. Isso é algo expressivo", afirmou Lula. "Essas manifestações são de quem perdeu. Eu mesmo já participei de muitas assim", disse Lula. O presidente brasileiro garantiu que visitará o Irã em 2010 e que o convite para Ahmadinejad ir ao Brasil está de pé. O iraniano havia sido convidado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para fazer uma visita ao Brasil, dias após ter usado a bancada da ONU para questionar o Holocausto e atacar o Ocidente. Mas Ahmadinejad acabou cancelando a viagem dizendo que precisava cuidar de sua reeleição.

 

"Eu não conheço ninguém, a não ser a oposição, que tenha discordado da eleição do Irã. Não tem número, não tem prova. Por enquanto, é apenas, sabe, uma coisa entre flamenguistas e vascaínos", afirmou o presidente, segundo a BBC.

 

Ao contrário da preocupação demonstrada pelos EUA e pelos países da União Europeia, o assessor de Assuntos Internacionais do Palácio do Planalto, Marco Aurélio Garcia, rejeitou as informações de que membros da oposição iraniana teriam sido presos em Teerã. "O dado fundamental é que foi uma eleição na qual houve uma participação muito grande da sociedade. Mais de 70% da população votou. Isso não era uma tradição no Irã. Vimos debates e manifestações de ruas de alguns inconformados com os resultados. Isso é um bom sinal", disse.

 

Garcia acredita que, se a vitória do presidente iraniano for confirmada, o convite continuará de pé. "O convite não precisa ser refeito", disse. "Ele não veio porque considerou que a eleição era mais importante. Agora é apenas uma questão de agenda", afirmou.

 

Já o ministro de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, declarou que estava "torcendo" pelos opositores. "Quando vi a notícia de que havia um candidato reformista, claro que nossa torcida era para ele", disse Vannuchi, que já havia declarado que tinha ficado "aliviado" com o cancelamento da viagem de Ahmadinejad ao Brasil.

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