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Suspensão de acordo com EUA gera elogios e críticas na Colômbia

Ex-chefe do Exército diz que medida pode fazê-lo fracassar; presidente do Congresso defende debate

Atualização:

BOGOTÁ - O ex-comandante das Forças Militares da Colômbia Freddy Padilla disse nesta quarta-feira, 18, que se o acordo militar com os EUA for remitido ao Congresso colombiano, também deverá passar pelo Congresso americano e isso pode significar seu afundamento. O presidente da Câmara de Representantes da Colômbia, Carlos Zuluaga, porém, elogiou a medida.

 

 

"Se a Colômbia enviar este acordo ao Congresso, os EUA também teriam que enviá-lo a seus parlamentares, e o que nos disseram é que os americanos não estavam dispostos a dar esse passo", disse Padilla, que liderou a equipe que negociou o convênio e comandou as Forças Militares da Colômbia até o dia 6 de agosto.

 

O general fez esta afirmação depois que a Corte Constitucional da Colômbia suspendeu o tratado na terça ao considerar que ele deve ser aprovado pelo Congresso colombiano para entrar em vigor. Em declarações à emissora "A W", o general defendeu que os assessores jurídicos de então o notificaram que os Estados Unidos não o submeteriam ao Legislativo.

 

Se Washington mantém a postura de não levá-lo ao Congresso, "o acordo afunda", independentemente de sua gestão e aprovação na Colômbia, ressaltou Padilla. "Como não haveria paridade, o acordo não teria validade", concluiu o general reformado, para quem a Colômbia acolheu a recomendação de negociar um acordo "extensivo" e assim facilitar a entrada em vigor da nova ajuda americana.

 

Padilla liderou a parte colombiana da negociação do acordo militar, assinado no dia 30 de outubro do ano passado. O texto permite o acesso de tropas e militares americanos a pelo menos sete bases do país sul-americano.

 

Oportunidade

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Zuluaga, por sua vez, assegurou que a decisão da Corte Constitucional é uma oportunidade de debater o projeto. "Se trata de uma grande oportunidade para a realização de um grande debate sobre o projeto de lei e permitir que cresça a discussão sobre o tema", disse.

 

O convênio foi invalidado na terça-feira pela Corte Constitucional, que considerou que o documento constitui um tratado novo e, portanto, deveria ser posto à consideração do Congresso colombiano para que tivesse efeito. Por isso, o alto tribunal devolveu o acordo ao chefe de Estado, ao recém empossado Juan Manuel Santos, para que o Executivo o apresente ao Legislativo como um projeto de lei.

 

À margem, Padilla defendeu o acordo ao considerar que implica o aprofundamento de "uma aliança absolutamente estratégica e positiva para os colombianos em sua luta contra o narcotráfico e o terrorismo".

 

O general entregou o comando das Forças Militares ao almirante Édgar Cely um dia antes da posse de Santos, que foi um dos dois ministros da Defesa que participaram da negociação do acordo enquanto Álvaro Uribe foi presidente.

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