Vídeo desmente versão de Kirchner sobre 'homem da mala'

Emissora estatal mostra venezuelano Guido Wilson em audiência com Nestor Kirchner na Casa Rosada em 2007

PUBLICIDADE

Por Marina Guimarães e da Agência Estado
Atualização:

Um vídeo da emissora oficial de televisão do País, Canal 7, mostra que o empresário venezuelano Guido Antonini Wilson esteve na Casa Rosada em agosto de 2007, durante uma solenidade com participação do então presidente Néstor Kirchner para assinatura de acordos de cooperação com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez. A presença do empresário na sede do Executivo desmente as informações oficiais de que o venezuelano nunca havia entrado na Casa Rosada.

PUBLICIDADE

O encontro aconteceu em 6 de agosto daquele ano, dois dias depois que Wilson tentara entrar ilegalmente na Argentina com uma maleta contendo US$ 800 mil. A justiça norte-americana afirmou que o dinheiro era para a campanha eleitoral de Cristina, que seria eleita em outubro. Além das provas no caso Wilson, a Casa Rosada e o governo local de Buenos Aires estão em pé de guerra por questões relacionadas à espionagem.O vídeo foi entregue à justiça local, segundo informações da imprensa argentina. Nas imagens, Wilson aparece no Salão Branco, o principal ambiente da Casa Rosada usado para solenidades importantes.

Na época Wilson desembarcou em Buenos Aires em um avião alugado pela estatal argentina de energia, Enarsa, no qual viajaram o presidente dessa companhia e vários outros funcionários públicos argentinos e da estatal petrolífera venezuelana PDVSA.O voo procedente de Caracas chegou de madrugada no aeroporto portenho, provocando o maior escândalo do governo Kirchner. Dos cinco funcionários públicos argentinos e quatro venezuelanos envolvidos no caso, apenas Claudio Uberti, o braço direito do ministro de Planejamento, Julio De Vido, foi demitido. O caso foi investigado pela polícia norte-americana por estar vinculado a outras causas judiciais nos EUA envolvendo cidadãos venezuelanos ligados a Wilson, o homem da maleta. Em Miami, Wilson confirmou que o dinheiro era mesmo para a campanha de Cristina. A justiça argentina pediu sua extradição e dos funcionários públicos venezuelanos, mas o pedido não foi concedido.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.