O presidente deposto de Honduras; Manuel Zelaya, fez um apelo para que seus seguidores saiam às ruas para pressionar o Congresso pela sua restituição nesta quinta-feira, 5, quando vence o prazo previsto para a formação de um governo de união nacional.
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Sob supervisão da OEA, Zelaya e o presidente do governo de facto, Roberto Micheletti, deverão nomear um gabinete de transição responsável por governar Honduras até janeiro, quando o novo governo, eleito no dia 29, assumiria. A instalação do governo de unidade faz parte do pacto assinado entre os rivais para encerrar o impasse político no país. O campo zelaysta ameaça não mais reconhecer o acordo, caso o presidente deposto não seja restituído. Representantes do governo de facto, por outro lado, rejeitam a ameaça e dizem que cabe exclusivamente ao Congresso decidir se Zelaya retorna à presidência.
No entanto, ainda não foi convocada uma sessão plenária e na terça-feira foi solicitada a opinião da Corte Suprema de Justiça, do Ministério Público, da Procuradoria e do Comissário Nacional de Direitos Humanos sem dar um prazo para resposta. Zelaya quer que o Congresso convoque uma sessão nesta quinta para decidir sobre sua restituição.
"Quinta-feira é um dia crucial (...). O Congresso Nacional tem uma grande função na solução deste conflito e esperamos que o faça de forma responsável e oportuna", afirmou à Rádio Globo da embaixada do Brasil, onde permanece desde seu retorno ao país. Segundo ele, se nesta quinta "o Congresso Nacional não faz a sessão que tem que fazer para reverter este processo e conseguir a paz e a reconciliação nacional, o acordo terá deixado de ser cumprido", advertiu. "Não quero pensar que o Congresso Nacional vai a ser um obstáculo para o cumprimento deste acordo", acrescentou.
O líder deposto fez um chamado para que os hondurenhos "democratas" promovam manifestações "pacificamente para reverter a interrupção do processo democrático hondurenho e pedir ao Congresso que aja".
"A criação do governo de unidade e reconciliação é um passo importante para começar a sanar as divisões no nosso país. Nosso governo se move aceleradamente para a sua implementação e assegurar o cumprimento do acordo", afirmou Micheletti. Segundo Arturo Corrales, representante do governo de facto na comissão, "já existem nomes" para a configuração do novo governo de unidade.
O presidente deposto também aproveitou para agradecer ao Departamento de Estado dos EUA que hoje, através de seu porta-voz, Ian Kelly, assegurou que sua postura continua sendo que Zelaya "deveria ser restituído". "Foram enfáticos: 'Estamos pela restituição do presidente que elegeu o povo e condenamos o golpe de Estado'. Não deve haver dúvida sobre a posição dos Estados Unidos", afirmou Zelaya.