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Subdiretor do FBI é demitido pelo procurador-geral dos EUA

Andrew McCabe é acusado de ter permitido o vazamento de informações de uma investigação sobre doações recebidas pela Fundação Clinton

Atualização:

WASHINGTON - O procurador-geral dos Estados Unidos, Jeff Sessions, despediu, na sexta-feira, o "número dois" do FBI, Andrew McCabe, faltando dois dias para sua aposentadoria, significando uma redução em sua pensão.

Em comunicado, Sessions explicou que uma investigação interna do FBI e do Departamento de Justiça concluiu que McCabe fez vazamentos não autorizados aos meios de comunicação e careceu de franqueza - inclusive sob juramento -, em múltiplas ocasiões".

(ARQUIVO) O então diretor do FBI,Andrew McCabe,em audiência no Senado Americano em Washington, em 11 de maio de 2018. Foto: Michael Reynolds/EPA/EFE

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Especificamente, McCabe teria permitido vazar informações de uma investigação sobre doações recebidas pela Fundação Clinton, da qual fazia parte a democrata Hillary Clinton, de acordo com a mídia local.

Com base no relatório, suas descobertas e na recomendação do departamento do FBI que lida com questões disciplinares, Sessions tomou na sexta-feira a decisão de demitir McCabe antes que pudesse se aposentar, no próximo dia 18, data de seu 50º aniversário.

Sua demissão tem como consequência imediata a perda de uma significativa parte da sua pensão.

Oficialmente, McCabe, que esteve durante mais de 20 anos no FBI, renunciou ao cargo de subdiretor no final de janeiro, mas seguia na agência à espera do aposentadoria.

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McCabe foi durante meses centro de tensões entre a Casa Branca e o FBI, agência que dirigiu a investigação sobre a trama russa e que foi questionada em várias ocasiões por Trump.

Trump, de fato, utilizou o Twitter para atacar McCabe por algumas doações de pessoas próximas aos Clintons que sua esposa, Jill McCabe, recebeu em 2015 quando foi candidata ao Senado estadual de Virgínia pelo Partido Democrata.

O presidente tinha questionado publicamente que Sessions tinha permitido McCabe seguir no seu cargo e inclusive dirigir temporariamente o FBI após a demissão de seu ex-diretor James Comey, em maio do ano passado.

McCabe era o braço direito de Comey, com quem dirigiu a investigação sobre a suposta ingerência russa nas eleições de 2016 e os possíveis laços entre a campanha de Trump e o Kremlin até que o Departamento de Justiça nomeou o promotor especial Robert Mueller.

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Em entrevista para a "CNN", McCabe disse que sua demissão é o resultado de "uma série de ataques" destinados para "minar" sua "credibilidade" e sua "reputação", alguns deles dirigidos pelo próprio Trump.

"Este ataque à minha credibilidade faz parte de um esforço maior não só para me caluniar pessoalmente, mas para manchar os profissionais do FBI, as forças policiais e a inteligência em geral", disse McCabe.

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"Faz parte - acrescentou - da guerra deste governo contra o FBI e os trabalhos do promotor especial (Mueller), que continua até hoje, cuja persistência nesta campanha apenas ressalta a importância do trabalho do promotor especial".

Além disso, McCabe disse que "nunca enganou" aqueles que lideraram a investigação interna contra ele, como Sessions sugeriu em sua nota de demissão. /EFE

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