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Suposta interferência russa marca último debate presidencial nos EUA

Hillary Clinton e Donald Trump acusaram um ao outro de ser "fantoche" de Vladimir Putin

Por Redação Internacional
Atualização:

Cláudia TrevisanEnviada Especial / Las Vegas, EUA  Vladimir Putin e a suposta interferência de Moscou nas eleições americanas foram objeto de um dos mais intensos fogos cruzados do último debate entre Hillary Clinton e Donald Trump, com cada um dos candidatos acusando o adversário de ser "fantoche" do presidente russo.

A Rússia entrou no debate na resposta de Hillary a uma pergunta sobre declarações que ela fez em 2013 em palestra a executivos do banco brasileiro Itaú. De acordo com e-mails vazados pelo Wikileaks, a candidata defendeu uma visão para as Américas com "livre comércio e fronteiras abertas", posição pouco apreciadas pelos eleitores na atual disputa presidencial. 

Aos 69 anos, Hillary Clinton se candidata pela segunda vez à presidência dos Estados Unidos. A primeira foi em 2008, mas quem venceu as prévias democratas foi Barack Obama, posteriormente eleito. Foto: John Locher/AP Photo

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Depois de dizer que suas palavras haviam sido retiradas do contexto, Hillary atacou o Wikileaks e afirmou que as informações distribuídas pela entidade têm origem em ataques cibernéticos promovidos pela Rússia. A candidata lembrou que Trump estimulou atos de espionagem de Moscou quando mensagens trocadas por integrantes do Partido Democrata foram vazadas na véspera da convenção da legenda, em julho. Segundo ela, a pergunta mais importante da noite era saber se o adversário rejeitava os atos que havia estimulado no passado.

"Essa é uma grande guinada do fato de que ela quer fronteiras abertas, ok? Como nós chegamos a Putin?", perguntou Trump. Apesar de afirmar que não conhece Putin, o candidato disse que o presidente russo tem pouco respeito pela adversária. "Isso porque ele gostaria de ter um fantoche como presidente dos Estados Unidos", respondeu Hillary. "Fantoche não. Fantoche não", retrucou Trump. "Você é o fantoche", continuou.

Hillary mencionou investigação dos serviços de inteligência dos EUA que apontam a Rússia como responsável pelos ataques que estão supostamente alimentando o Wikileaks. Nas últimas semanas, a entidade tem divulgado milhares de e-mails do principal assessor de Hillary, no que os democratas apontam como uma tentativa de interferir nas eleições americanas.

Candidato do Partido Republicano, Donald Trump está atrás da democrata Hillary Clinton nas pesquisas eleitorais Foto: Mark Ralston/AFP Photo

"O sr. condena a interferência?", perguntou Wallace. "Claro que eu condeno", respondeu Trump. Mas em seguida, o candidato emendou: "Eu não conheço Putin, eu não tenho ideia." Wallace insistiu: "Estou perguntando se o sr. condena?". Trump respondeu com uma evasiva: "Eu nunca encontrei Putin. Esse não é o meu melhor amigo. Mas se os Estados Unidos se dessem bem com a Rússia, isso não seria tão ruim".

Em uma de suas melhores ofensivas da noite, Trump desafiou Hillary a devolver o dinheiro recebido pela Fundação Clinton de países que desrespeitam os direitos humanos, entre os quais mencionou a Arábia Saudita. "Essas são pessoas que matam mulheres e tratam as mulheres de maneira horrível. Ainda assim, você aceitou o seu dinheiro", afirmou o republicano. "Por que você não devolve o dinheiro? Eu acho que seria um grande gesto."

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Hillary ignorou a pergunta sobre doações e fez uma defesa enfática do trabalho da Fundação Clinton, algo que havia evitado até agora. "Eu adotaria comparar o que nós fazemos com a Fundação Trump, que recebeu dinheiro de outras pessoas e comprou um retrato de 1,8m de Donald."