MELBOURNE/LONDRES - O universo da pesquisa contra a Aids estava em estado de choque nesta sexta-feira, 18, pelo fato de dezenas de especialistas na área terem morrido a bordo do
avião malaio que caiu na Ucrânia
, provocando um duro golpe nas esperanças de uma cura para a doença. Algumas mortes já foram confirmadas.
Entre os passageiros do voo MH17 estava Joep Lange, que pesquisava a doença havia mais de 30 anos e era considerado uma das maiores autoridades na área, admirado por sua defesa incansável da garantia do acesso barato a drogas de combate à Aids em países pobres. "Ele é um dos ícones de toda esse campo de pesquisa. Sua perda é imensa", disse Richard Boyd, professor de imunologia na Universidade Monash, de Melbourne. Estima-se que até 100 pessoas que iam para uma conferência anual sobre Aids em Melbourne estavam no voo, noticiou a Fairfax Media. Lange, ex-presidente da Sociedade Internacional de Aids (SAI), era o responsável pelo evento. "A cura da Aids poderia estar a bordo daquele avião, simplesmente não sabemos", disse Trevor Stratton, um consultor sobre Aids que já estava em Sydney para um pré-evento, à rede Australia Broadcasting Corp. A conferência, marcada para começar no domingo, tem entre os principais palestrantes deste ano o ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton. São esperados mais de 12 mil participantes. A SAI ainda trabalhava com as autoridades responsáveis para confirmar o número de conferencistas a bordo do avião. "Em reconhecimento à dedicação de nossos colegas na luta contra o HIV/Aids, a conferência vai continuar como planejado e vai incluir oportunidades para refletirmos e nos lembrarmos daqueles que perdemos", disse a entidade em comunicado. /REUTERS