Partidos britânicos relatam progresso para parceria

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Por PETER GRIFFITHS E MOHAMMED ABBAS
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Os partidos britânicos Conservador e Liberal Democrata disseram nesta segunda-feira que já houve progressos nas discussões para a formação de uma parceria, depois de uma eleição com resultado inconclusivo, na semana passada, que preocupou os mercados. Os dois partidos não deram detalhes sobre as negociações, que devem levar ao primeiro governo conjunto no país desde 1974. Fontes de ambos os lados dizem que o principal ponto das discussões é a definição de políticas para recuperar a economia, após a pior recessão desde a 2a Guerra Mundial, e para reduzir o déficit público recorde. "Tivemos mais progressos", disse William Hague, negociador-chefe do Partido Conservador (centro-direita), que formou a maior bancada na eleição de quinta-feira, mas sem maioria absoluta. "Vamos agora nos reportar (ao líder partidário) David Cameron e ter reuniões com nossos colegas parlamentares." Danny Alexander, o negociador liberal democrata, confirmou que houve um "bom progresso", mas não quis especular sobre a proximidade de um acordo. Gordon Brown, cujo Partido Trabalhista está no poder desde 1997, continua como primeiro-ministro enquanto o novo governo é formado, e ainda espera convencer os "lib-dems" a apoiá-lo para que permaneça no cargo. Os conservadores ficaram com 20 deputados a menos do que os 326 que representam a maioria absoluta na Câmara dos Comuns. Por isso cogitam agora uma coalizão ou um acordo menos formal de compartilhamento do poder com os liberais democratas, de centro-esquerda, que ficaram em terceiro lugar. Os dois partidos, no entanto, têm discordâncias a respeito de temas como reforma eleitoral, imigração e União Europeia, e há um prazo limitado para que cheguem a um acordo. Enquanto os mercados financeiros estão atentos ao pacote da UE e do FMI para a Grécia, eles desejam que o cenário político na Grã-Bretanha seja esclarecido em poucos dias. "A paciência do mercado com a situação política do Reino Unido só vai durar por um tempo limitado", disse Howard Archer, economista-chefe do IHS Global Insight para a Grã-Bretanha. O eventual colapso das negociações entre conservadores e "lib-dems" adiaria a formação de um novo governo e levaria à possibilidade de um pacto ainda mais amplo e possivelmente mais instável envolvendo os liberais democratas, os trabalhistas e vários pequenos partidos. "Haveria sérias dúvidas sobre sua capacidade de realizar mais ações fiscais duras", disse Archer.

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