Putin defende laços mais próximos com Coreia do Norte após encontro com enviado

Rússia também é um dos cinco países envolvidos nas tratativas com a Coreia do Norte sobre seu programa nuclear

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Por Redação
Atualização:
O presidente da Rússia, Vladimir Putin Foto: Alexander Zemlianichenko/AP

MOSCOU - O presidente russo, Vladimir Putin, defendeu laços mais estreitos com a Coreia do Norte para aprimorar a segurança regional nesta quarta-feira, um dia depois de conversar com um enviado pessoal do líder norte-coreano, Kim Jong Un. 

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Autoridades do primeiro escalão da Coreia do Norte visitam Moscou esporadicamente, mas o país isolado está tentando se contrapor a uma resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) que pede a atenção do Tribunal Penal Internacional (TPI) a Pyongyang por supostos crimes contra a humanidade.

A Rússia também é um dos cinco países envolvidos nas tratativas com a Coreia do Norte sobre seu programa nuclear – os outros são a Coreia do Sul, a China, os Estados Unidos e o Japão.

O Kremlin não deu detalhes da reunião de terça-feira de Putin com Choe Ryong Hae, assessor próximo de Kim e funcionário veterano do governista Partido dos Trabalhadores.

Mas, ao receber as credenciais do novo embaixador norte-coreano para a Rússia, Putin declarou em uma cerimônia televisionada do Kremlin: “Mantemos relações amistosas com um de nossos vizinhos, a República Popular Democrática da Coreia (nome oficial do país)”.

“Um aprofundamento dos laços políticos e da cooperação comercial e econômica definitivamente é do interesse dos povos dos dois países, e garantir a estabilidade e a segurança regionais”, afirmou.

Uma fonte do Ministério das Relações Exteriores russo disse à agência de notícias Interfax nesta semana que a visita incluiria discussões sobre laços bilaterais, desenvolvimento econômico e o programa nuclear da Coreia do Norte, mas não fez menção à resolução da ONU.

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“O tema da desnuclearização da península coreana é presença constante na pauta de nosso diálogo com a Coreia do Norte”, disse a fonte. “Além disso, o progresso nesse setor é uma condição obrigatória para a suspensão das sanções contra o país, o que naturalmente impõe grandes limites em nossas relações bilaterais”.

Na terça-feira, um comitê da Assembleia da ONU que lida com os direitos humanos aprovou uma resolução que pede que o Conselho de Segurança da entidade cogite indicar a Coreia do Norte ao TPI por supostos crimes contra a humanidade.

A votação veio na esteira de um relatório da Comissão de Inquérito da ONU publicado em fevereiro que detalha os abusos de larga escala praticados no país comunista, incluindo campos de prisioneiros, tortura sistemática, fome e assassinatos comparáveis às atrocidades nazistas.

Pyongyang repudiou a manobra da ONU, que acusou ser parte de um complô liderado pelos EUA para destruir seu sistema político.

Diplomatas acreditam que a China, aliada dos norte-coreanos, deve usar seu poder de veto no Conselho de Segurança para derrubar a indicação ao TPI e que a Rússia provavelmente irá apoiar a postura de Pequim.

/ REUTERS

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