Rússia saúda status especial para regiões do leste da Ucrânia

"Esperamos que todos os termos da lei sejam implementados de maneira responsável", afirmou o Ministério das Relações Exteriores da Rússia em comunicado

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:
Moscou diz que irá proteger os direitos da população de idioma russo no leste ucraniano, mas nega enviar armas aos rebeldes que lutam contra as tropas de Kiev Foto: TIKSA NEGERI/REUTERS

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia saudou nesta quarta-feira como “um passo na direção certa” a decisão do Parlamento da Ucrânia de conceder status especial a duas regiões separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia que desejam se separar de Kiev.

PUBLICIDADE

A Ucrânia aprovou na terça-feira leis que garantem uma autonomia temporária e limitada às regiões de Donetsk e Luhansk para tentar conter o impulso independentista dos rebeldes que lutam na área.

“Esperamos que todos os termos da lei sejam implementados de maneira responsável”, afirmou o ministério em comunicado.

“Está claro que as tentativas... de revogá-la ou mudar sua essência levariam a situação novamente rumo a um confronto, minariam os esforços da comunidade internacional e dos políticos sensatos do país para normalizar a situação”, acrescentou.

Moscou diz que irá proteger os direitos da população de idioma russo no leste ucraniano, mas nega enviar armas aos rebeldes que lutam contra as tropas de Kiev.

Ainda desconfiado, o Ocidente impôs sanções à Rússia, que acusa de insuflar os tumultos no leste depois de anexar a Crimeia em março.

Moscou também se opôs ao desejo de Kiev de se integrar à Europa, um dos pontos da discórdia no conflito entre Rússia e Ucrânia.

Publicidade

Como concessão à Rússia, a União Europeia e a Ucrânia concordaram em adiar a implementação de seu acordo de livre comércio até o final do ano que vem.

“Esperamos que o período adiante seja usado para resolver, com a força da lei, todas as preocupações russas, corrigindo o acordo de associação (UE-Ucrânia) para salvaguardar as relações econômicas bilaterais (entre Kiev e Moscou)", declarou o Ministério das Relações Exteriores russo em outro comunicado nesta quarta-feira.

A declaração acrescentou que Moscou espera que o adiamento seja cumprido, sublinhando que se reserva o direito de retaliar em caso contrário.

A agência de notícias russa RIA citou o enviado ucraniano para integração europeia, Valery Pyatnitsky, que teria dito em Kiev que os temores da Rússia sobre possíveis violações são "infundados".

(Por Gabriela Baczynska)

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.