Os serviços secretos da Itália veem riscos de que a agressão no domingo ao primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, em um comício em Milão, possa se repetir, dada a "crescente preocupação" pelos muitos pontos de tensão existentes no país.
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A declaração foi feita nesta terça-feira, 15, pelo presidente da comissão parlamentar sobre Segurança da República, Francesco Rutelli, após uma reunião com o subsecretário da Presidência para os Serviços Públicos, Gianni Letta, e com o diretor do departamento de Informação para a Segurança, Gianni de Gennaro.
A análise das últimas semanas mostra "uma crescente preocupação, porque agora existem muitos pontos de tensão em nosso país", disse Rutelli, em declarações divulgadas nesta terça pela imprensa italiana. "A vigilância e a proteção deverá ser muito alta, porque existe o risco de que um episódio tão grave possa gerar um aumento do perigo", acrescentou.
Na reunião desta terça, em Roma, foram avaliadas as recomendações dos serviços secretos do país após a agressão que levou Berlusconi a ser internado no domingo à noite em um hospital em Milão. O ataque gerou um grande debate na Itália sobre a segurança do primeiro-ministro e sobre se a situação política vivida no país originou os fatos.
Neste sentido, e já que a agressão aconteceu quando Berlusconi se aproximou para saudar o povo em plena Praça do Duomo, em Milão, Rutelli considerou que seria preciso limitar o contato do primeiro-ministro com as pessoas, porque agora o perigo é "mais elevado que antes".
"Todos respeitam seu modo de comportar-se com o público, mas sua integridade não é uma questão que afeta só a pessoa de Berlusconi, já que o chefe de Governo é um patrimônio, um bem para toda a comunidade nacional", afirmou Rutelli. "É evidente que uma maior prudência será necessária de agora em diante", afirmou.
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