LONDRES - Os revestimentos de 60 edifícios de apartamentos inspecionados em caráter de urgência após o incêndio da Torre Grenfell, de Londres, são inflamáveis, anunciaram no domingo as autoridades britânicas.
A informação foi confirmada por uma porta-voz do Departamento de Comunidades e Governos Locais. O resultado não é uma surpresa, disse a fonte, porque as inspeções "se concentraram nos edifícios de alto risco".
Os edifícios em más condições detectados até agora pelos inspetores estão em diferentes distritos londrinos, como Camden, Islington, Brent, Lambeth e Barnet, ou em cidades inglesas como Norwich, Doncaster, Portsmouth, Manchester e Plymouth.
O governo ordenou às autoridades municipais uma inspeção de todos os blocos de apartamentos depois do incêndio da Torre Grenfell, que deixou 79 mortos na madrugada de 13 para 14 de junho. A rápida propagação das chamas foi atribuída ao revestimento inflamável, colocado no prédio durante uma reforma em 2016 como isolante e para embelezar a fachada.
"Todos os proprietários e serviços de bombeiros e resgate das autoridades locais foram alertados sobre os resultados e estamos em contato com todos eles para dar apoio e monitorar as medidas a adotar", afirmou Sajid Javid, secretário do Departamento de Comunidades e Governos Locais.
Nos casos mais graves, as autoridades ordenaram o esvaziamento de alguns edifícios, como em Camden. Milhares de moradores de 650 apartamentos deste bairro da zona norte de Londres foram obrigados a abandonar suas casas à espera de uma solução.
No entanto, cerca de 200 moradores se recusaram por enquanto a deixar suas moradias, segundo confirmou hoje a câmara municipal do distrito, enquanto os demais se transferiram para casas de familiares ou hotéis reservados pelo consistório, durante as três ou quatro semanas que devem durar as obras.
Cerca de 600 prédios de propriedade pública no Reino Unido estão sendo revisados após o incêndio na torre Grenfell. Na sexta-feira, a polícia confirmou que o incêndio de Grenfell começou com uma geladeira defeituosa, mas o fogo se propagou rapidamente devido ao material inflamável do revestimento instalado no edifício em 2016. / AFP e EFE