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A esperança da oposição em Israel

Novo líder do Partido Trabalhista, Avi Gabbay, tem posições e oratória que lembram Barack Obama e Emmanuel Macron; partido ganha popularidade e tentará romper hegemonia de Bibi Netanyahu

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Por Redação
Atualização:

Novo líder dos trabalhistas israelenses, Avi Gabbay, é visto como esperança de ruptura na hegemonia de Bibi Netanyahu, premiê mais longevo na história do país. “É a primeira chance em duas gerações de refazer o mapa político de Israel”, diz o escritor Bernard Avishai. Aos 50 anos, Gabbay tem um perfil anfíbio, que o aproxima de grupos antagônicos. Cresceu num campo de imigrantes marroquinos pobres no subúrbio de Talpiot, em Jerusalém, como aluno mais brilhante entre oito irmãos.

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Selecionado pela meritocracia educacional israelense, estudou em colégios da elite e fez carreira na Bezeq, tele privatizada em 2005. Em 2007, chegou a CEO, reestruturou a empresa e valorizou as ações. Saiu em 2013 para, no ano seguinte, fundar o Kulanu, partido voltado a eleitores de classe baixa. Foi ministro de Bibi, mas deixou o governo, tantas eram as denúncias de corrupção contra o premiê. Gabbay fala um idioma que agrada, ao mesmo tempo, empresários e judeus pobres, originários de países árabes como ele, conhecidos como “mizrahim”.

O Likud domina há décadas esse eleitorado, desconfiado do esnobismo dos trabalhistas e da elite europeia que fundou Israel. Gabbay, diz Avishai, pode roubar votos até mesmo do Shas, partido religioso de raízes norte-africanas. Seu perfil antielitista o aproxima de populistas como Donald Trump. Suas posições e sua oratória lembram Barack Obama e Emmanuel Macron. A popularidade dos trabalhistas já subiu.

- O ‘momento Ricupero’ de Bibi Netanyahu

Em visita a Budapeste, Bibi foi flagrado num momento de sinceridade. Pensando que o microfone estivesse desligado, reconheceu a quatro primeiros-ministros europeus já ter feito “dúzias” de ataques contra envios de armas da Síria ao Hezbollah, no Líbano: “Quando os virmos transferindo armas ao Hezbollah, atacaremos para machucar”. O áudio foi transmitido a jornalistas.

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- Vem aí o “Bavarexit”?

Uma pesquisa do YouGov revelou que um em cada três bávaros quer a separação da República Federal da Alemanha. Além da Baviera, a secessão é também popular na Turíngia (22%), no Sarre (22%) e na Saxônia (21%).

- A revolta das mulheres na BBC

Provocou revolta entre funcionárias a divulgação dos maiores salários da BBC. Entre os dez mais bem remunerados, há apenas uma mulher, a apresentadora Claudia Wilkleman (£ 500 mil anuais). Os primeiros da lista são Chris Evans (£ 2,25 milhões) e Gary Lineker (£ 1,8 milhão). Dois terços dos 96 mais bem pagos são homens.

- Um DJ no comando do Goldman Sachs?

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David Solomon sucedeu Gary Cohn, o assessor econômico de Trump, como um dos dois co-presidentes do Goldman Sachs. Candidato a CEO, anima festas nas Bahamas, Miami e Nova York, sob a alcunha DJ D-Sol.

- A economia como ponto de fé

Recém-lançado no Reino Unido, Twilight of the money gods (“Crepúsculo dos deuses do dinheiro”), de John Rapley, promete causar furor entre economistas. Ele afirma que a economia se tornou uma religião com seus dogmas, sacerdotes, hierarquia e ortodoxia.

- A simbiose entre Trump e Bannon

Dois anos atrás, o jornalista Joshua Green publicou na Bloomberg BusinessWeek um perfil presciente de Steve Bannon, antes que ele se tornasse estrategista de Trump. Em Devil’s bargain (“Negócio do diabo”), Green sustenta que a simbiose entre Bannon e Trump é a força motriz do maior fenômeno político contemporâneo.

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- O pique desengonçado de Usain Bolt

Um estudo da Universidade Metodista do Sul, em Dallas, explica por que Usain Bolt corre tão desengonçado. Em virtude de uma escoliose, ele tem a perna direita pouco mais de um centímetro mais curta. Para compensar, dá passadas mais fortes com ela e a deixa menos tempo no chão. Será a assimetria o segredo da velocidade?

- O andar desengonçado do dinossauro T-Rex

Bolt atinge nas pistas o dobro dos 19 km/h a que um tiranossauro chegava no cretáceo. Um estudo na revista científica PeerJ demonstra que o terror dos dinossauros nem conseguia correr. Deslocava-se a passos rápidos, num andar que também tinha muito de desengonçado, mas ainda mais de amedrontador.

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