Abbas agradece ao Hamas clima de reconciliação

Presidente palestino e líder do movimento islâmico conversam por telefone e manifestam determinação de acabar com divisão dos territórios palestinos

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RAMALLAH - O presidente palestino, Mahmud Abbas, conversou por telefone nesta segunda-feira com o líder do Hamas, no primeiro diálogo entre os dois em quase um ano, um dia após o movimento islâmico fazer um gesto conciliador com o Fatah, partido de Abbas.

Abbas, que está em Nova York, informou por telefone a Ismail Haniyeh "sua satisfação pelo clima de reconciliação" entre os dois grupos adversários, segundo um comunicado da agência palestina oficial Wafa.

O chefe do Hamas afirmou que sua formação estava "determinada a avançar para acabar com a divisão", assinalou um comunicado do partido palestino.

O presidente palestino Mahmoud Abbas participa de reunião em Ramallah Foto: Muhammed Muheisen/AP

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Um porta-voz do Hamas indicou à AFP que os dois líderes não se falam desde o encontro no Catar, em outubro de 2016.

No domingo, o Hamas anunciou a dissolução de um polêmico conselho, considerado um obstáculo à unidade interpalestina, e chamou a facção Fatah a iniciar novas conversas de reconciliação.

Reconhecida pela comunidade internacional, a Autoridade Palestina, do presidente Abbas, no poder na Cisjordânia ocupada, enfrenta o Hamas desde que o movimento a expulsou da Faixa de Gaza em 2007.

O primeiro-ministro palestino, Rami Hamdallah, que viajará em breve à Faixa de Gaza, se reunirá com responsáveis do Hamas e reafirmará a autoridade do governo, declarou a jornalistas em Ramallah Nabil Shaath, conselheiro de alto escalão de Abbas.

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"Estamos esperamos as primeiras medidas. Queremos ver Hamdallah sendo recebido pelo Hamas e as portas abertas de todos os ministérios (em Gaza, atualmente controlada pelo Hamas)", continuou. "Isso poderia ocorrer nas próximas 24 horas".

Seria a primeira visita do primeiro-ministro palestino à Faixa de Gaza desde 2015, quando fracassou uma tentativa de reconciliação.

O anúncio no domingo da dissolução do "conselho administrativo" por parte do Hamas foi recebido de forma favorável pela ONU e pelo Fatah, que o via como um governo paralelo que colocava impedimentos na reconciliação. / AFP

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