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Abbas: Invasão da prisão de Jericó foi crime imperdoável

Mahmoud Abbas classificou a ação israelense como "um delito que não será perdoado, uma humilhação para o povo palestino"

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, qualificou nesta quarta-feira a invasão do Exército israelense à prisão de Jericó e a detenção de "importantes presos" como um "crime imperdoável". Abbas antecipou seu retorno de uma viagem pela Europa por causa da violenta invasão de tropas israelenses na terça-feira e visitou o povoado de Jericó e a prisão da Muqata, sede do governo desse distrito cisjordaniano. Sob ameaça de destruir a penitenciária se não se entregassem, o Exército israelense prendeu o líder da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), Ahmed Saadat, autor intelectual do assassinato do ministro de Turismo de Israel Rehavam Zeevi em 2002, e um funcionário da ANP, Fouad Shúbaki, acusado de contrabando de armas. Saadat foi eleito deputado nas eleições palestinas. Abu Mazen disse aos correspondentes de imprensa que o acompanhavam que o assalto militar "é um delito que não será perdoado, uma humilhação para o povo palestino e uma violação de todos os acordos", e acrescentou que o encarceramento de Saadat e os demais em Israel "não é legal". As autoridades israelenses justificaram a operação pelo temor de que os palestinos liberariam Saadat em violação do acordo pelo qual a ANP, então presidida por Yasser Arafat, colocou na prisão o líder da FPLP em Jericó. A operação foi mediada pelo Reino Unido e Estados Unidos. A ministra israelense de Justiça, Tsipi Livni, declarou nesta quarta-feira à rádio das Forças Armadas Galei Tzahal que os palestinos presos em Jericó "permanecerão um longo tempo conosco". Autoridade Enfraquecida A União Européia (UE) está preocupada com que o ataque à prisão de Jericó possa enfraquecer gravemente o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, cuja figura tenta potencializar após a vitória eleitoral do Hamas, indicaram nesta quarta-feira várias fontes européias. A UE tinha fixado como um de seus objetivos principais reforçar Abbas dentro de sua estratégia no Oriente Médio para tentar conseguir uma via moderada na ANP após a vitória dos islamitas do Hamas. Nesse contexto, Abbas deveria discursar nesta quarta-feira no Parlamento Europeu em Estrasburgo (França) e se reunir com o alto representante para Política Externa e Segurança Comum da UE, Javier Solana, mas teve que suspender as atividades devido aos incidentes de Jericó. A UE "deplora profundamente a violência, e fez um pedido à calma", disse a porta-voz de Solana, Cristina Gallach. A UE tem duas missões nos territórios: a de controle da passagem fronteiriça de Rafah, em Gaza, e a de reforma da Polícia palestina. A missão de Rafah fechou na terça-feira uma hora antes do previsto, e embora tenha retomado suas atividades na quarta-feira, sem incidentes, houve inicialmente preocupação por sua segurança.

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