Abolidos por Chávez, pedágios voltarão a ser cobrados na Venezuela

Projeto tem como objetivo amenizar a queda de arrecadação dos governos regionais do país, em meio à severa crise econômica

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Por Luiz Raatz
Atualização:
Maduro participa de reunião do conselho de ministros em Caracas Foto: Efe/Divulgação

CARACAS - O governo da Venezuela reativará o sistema de pedágios do país, sete anos depois de ele ter sido abolido pelo presidente Hugo Chávez. O projeto foi apresentado no domingo, 4, pelo presidente Nicolás Maduro e tem como objetivo amenizar a queda de arrecadação dos governos regionais do país, em meio à severa crise econômica.

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Serão reconstruídas 71 cabines de pedágio. O dinheiro arrecado, segundo o presidente, será utilizado na manutenção das estradas do país. “Os governadores e governadoras receberão de maneira imediata os recursos para contratar os operadores dos pedágios”, disse Maduro em reunião do gabinete de ministros. 

Os pedágios foram extintos na Venezuela em janeiro de 2008, por meio de um decreto assinado pelo então presidente Hugo Chávez, para quem o sistema de cobrança era “um assalto do sistema capitalista”. À época, o presidente ordenou ao Exército que derrubasse as cabinas que não fossem desmontadas pelos governadores da oposição.

“Que não haja um único pedágio na Venezuela”, disse Chávez no programa dominical Alô, Presidente!. “Se algum governador se negar (a desativá-los), que o Exército derrube tudo.”

Chávez dizia que os pedágios não se justificavam porque as estradas estavam em más condições e era um dever do Estado que elas fossem bem conservadas. Analistas críticos do governo, no entanto, viram a medida na época como uma forma de diminuir a arrecadação de governadores oposicionistas. 

Para o economista Asdrubal Oliveros, da consultoria Econométrica, o impacto dessa nova arrecadação para os governos regionais, no entanto, não será imediata. “Fizeram isso porque as receitas estaduais estão caindo muito”, disse ao Estado. “Isso vai levar tempo, porque toda a estrutura de cobrança terá de ser refeita.” / COM EFE 

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