Aeroportos bolivianos sob controle militar após protestos

Governo ordenou a intervenção para "proteger as vidas e a segurança física dos bolivianos e prevenir um acidente aéreo"

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Por Agencia Estado
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Forças policiais e militares tomaram controle dos aeroportos bolivianos nesta sexta-feira, um dia após trabalhadores em greve bloquearem pistas de pouso e desviarem as rotas de três aviões. O governo ordenou a intervenção para "proteger as vidas e a segurança física dos bolivianos e prevenir um acidente aéreo", disse na quinta-feira Hector Arce, vice ministro da coordenação governamental. Empregados furiosos da companhia aérea Lloyd Aereo Boliviano (LAB), que está à beira da falência, entraram em confronto com a polícia na quinta-feira. Eles exigem a nacionalização da empresa. A aflição da LAB começou em fevereiro, quando seus pilotos e outros trabalhadores entraram em greve exigindo o pagamento de seus salários atrasados e do débito que a empresa tinha com o sistema público de pensões. A companhia tem um débito de US$ 160 milhões. O governo boliviano interveio há algumas semanas, acabando com a greve. No entanto, novos protestos começaram na última semana após a Corte Constitucional declarar a intervenção ilegal e o presidente da LAB, Ernesto Asbun, voltar à direção da empresa. A LAB cancelou indefinidamente todos seus vôos internacionais. Na quinta-feira, vôos às cidades de Cochabamba e Tarija foram interrompidos após trabalhadores usarem aviões, carros e outros equipamentos para bloquear a pista de pouso. Vôos para as cidade de Santa Cruz também atrasados. Muitos dos trabalhadores da LAB acusam Asbun de levar propositalmente a empresa à falência. Segundo eles, o presidente formaria, então, uma nova companhia. O presidente boliviano, Evo Morales, responsabilizou a corrupção "bem organizada" ocorrida em 1997 - período em que a empresa era parcialmente privatizada e capitalizada - pelos problemas que a LAB vem enfrentando. Ele também chamou Asbun de "mafioso" e "criminoso". Porém, Morales rejeitou a nacionalização da empresa e mandou dois ministros do governo até Cochabamba para tentar achar uma solução para o impasse. A companhia também enfrenta ações legais da empresa aérea norte-americana Pegasus Aviation, que alugou quatro Boeings para a LAB.

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