Al-Qaeda e governos europeus incitam revolta na Líbia, diz Kadafi

Em discurso, líder líbio acusa estrangeiros de fomentar insurreição; forças do governo ampliam ofensiva contra rebeldes

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O líder da Líbia, Muamar Kadafi, acusou "forças externas" de estarem fomentando as insurreições que estão ocorrendo no país. Em um discurso transmitido pela TV estatal, Kadafi afirma que os governos europeus e a rede Al-Qaeda estão incitando a juventude da Líbia a aderir à revolta contra seu governo.

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O discurso veio em um momento em que tropas pró-Kadafi estão conseguindo se impor em ataques contra áreas controladas por forças rebeldes.

A cidade de Zawiya, que foi tomada por forças contrárias ao regime há duas semanas, está sofrendo pesados bombardeios e há relatos de que diversas pessoas morreram, vítimas das incursões aéreas.

Tropas leais ao ditador líbio estariam visando alvos no subúrbio de Zawiya e tentando retomar o controle da praça principal.

Outro reduto dos rebeldes, a cidade de Ras Lanuf, também sofreu pesados ataques aéreos e de artilharia. As incursões teriam deixado pelo menos 30 pessoas feridas.

Regime

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Os rebeldes tentam pôr fim ao regime de 41 anos do coronel Kadafi, que tomou o poder quando tinha apenas 27 anos de idade.

O conflito entre forças leais ao regime e opositores já teria matado mais de mil pessoas. A ONU estima que cerca de 212 mil pessoas estão desabrigadas em decorrência dos combates.

Representantes da resistência vêm pedindo a implementação de uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia, a fim de impedir os ataques aéreos.

Mas a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, afirmou que a decisão de impor um bloqueio aéreo sobre a Líbia depende da ONU e não dos Estados Unidos.

Zonas de exclusão aérea foram impostas sobre as regiões sul e norte do Iraque durante a primeira Guerra do Golfo, em 1991, e durante o conflito na Bósnia, entre 1994 e 1995.

O ministro das Relações Exteriores da Líbia, Musa Kusa endossou as declarações do líder líbio. ''Agora está claro que a França, a Grã-Bretanha e os Estados Unidos estão em contato com os dissidentes do leste da Líbia. Isso significa que há uma conspiração para dividir a Líbia'', afirmou.

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