Alemães receberam maior parte dos imigrantes da UE

País é considerado o mais aberto a refugiados, apesar da burocracia paralisante e dos problemas de integração

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Por Adriana Carranca
Atualização:

A Alemanha recebeu mais da metade dos cerca de 2 milhões de pedidos de asilo à União Europeia, Noruega e Suíça desde janeiro 2015, quando o êxodo chegou ao nível mais alto em três décadas. O fechamento das fronteiras na rota dos Bálcãs e o acordo com a Turquia, que prevê a deportação de recém-chegados, reduziu o número de entradas, mas eles continuam chegando – 295 mil entre janeiro e maio, último dado disponível.

Refugiados sírios na Alemanha criam aplicativo que ajuda imigrantes a lidarem com a burocracia do país Foto: Reprodução

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A Alemanha também é considerado o país mais aberto a refugiados, apesar da burocracia paralisante e dos problemas de integração. Quando chegam, eles são distribuídos para os centros de recepção nos 13 Estados, onde são registrados e recebem o certificado que garante o direito de residir na Alemanha até que o pedido de asilo seja analisado. Como a maioria não tem passaporte e chega sem documento, a verificação das informações pelos refugiados em entrevistas a funcionários da imigração demora.

Se o pedido é aceito, eles recebem o visto de residência por três anos e têm o mesmo status dos alemães no sistema de seguridade social, com direito a benefícios como 400 euros por mês aos chefes de família desempregados, entre 40 e 70 euros por mês para material escolar dos filhos e moradia popular. Mais de um milhão, no entanto, vive ainda em abrigos improvisados e outras construções temporárias – parte deles ainda em centros de emergência, em barracas, ginásios ou nos hangares do Aeroporto de Tempelhof.

A lei alemã e a Convenção dos Direitos da Infância garantem o direito de ir à escola a todas as crianças, independentemente do status legal. Segundo o Ministério de Educação da Alemanha, 325 mil crianças refugiadas estão matriculadas, 2% do total de alunos. Segundo a União de Educação da Alemanha, ainda faltam professores, apesar de 25 mil contratações recentes, tradutores e assistentes sociais capacitados para lidar com os traumas de guerra. 

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