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Aloysio acredita que política interna na Venezuela provocou 'escaramuça diplomática'

Para o ministro brasileiro, essa troca de agressões não é o mais grave da relação entre os dois países; 'o problema sério é a situação do povo venezuelano, que se reflete na crise de refugiados aqui'

Por Lu Aiko Otta
Atualização:

BRASÍLIA - O cenário político interno da Venezuela pode ter desencadeado a “escaramuça diplomática” com o Brasil, disse nesta quarta-feira, 27, ao Estadão o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes. 

Ele acredita que a decisão do governo de Nicolás Maduro de declarar como personae non gratae o embaixador do Brasil em Caracas, Ruy Pereira, e o encarregado de negócios do Canadá, Craig Kowalik, foi uma tentativa de apaziguar setores mais radicais do chavismo depois da abertura de diálogo com a oposição intermediado pelo presidente da República Dominicana, Danilo Medina. 

O ministro de Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira disse que oBrasil ainda não foi formalmente comunicado sobre a medida. Foto: Dida Sampaio/Estadão

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“O Maduro dá uma no cravo e uma na ferradura”, comentou. Assim, o gesto de aproximação com a oposição foi contrabalançado com a medida contra os diplomatas.

O Brasil ainda não foi formalmente comunicado sobre a medida, disse Aloysio. Porém, já anunciou que fará o mesmo ao encarregado de negócios da Venezuela, Gerardo Maldonado, que no momento é o diplomata mais graduado em solo brasileiro. Ele já foi declarado persona non grata e o prazo para sua saída do Brasil será o mesmo que Caracas der a Pereira.

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“Eles não têm embaixador aqui, mas eu achava importante ter um embaixador na Venezuela”, disse Aloysio. Ele queria um diplomata graduado para manter o governo informado e para organizar a assistência consular à comunidade brasileira no país vizinho. Pereira tinha contato com todos os segmentos da oposição e também com o governo de Nicolás Maduro.

Com a saída dele, o Brasil passará a ser representado na Venezuela pelo encarregado de negócios, João Marcelo de Aguiar Teixeira.

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Para o ministro brasileiro, essa troca de agressões não é o mais grave da relação entre os dois países. “O problema sério é a situação do povo venezuelano, que se reflete na crise de refugiados aqui”, disse. O governo brasileiro tem um grupo de trabalho encarregado de organizar a ajuda na fronteira. 

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