Amorim critica bloqueio a Gaza e ação de Israel contra frota humanitária

Chanceler diz que País expressou 'preocupação com o grave incidente' no Mar Mediterrâneo

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Por RAFAEL MORAES MOURA E EUGÊNIA LOPES
Atualização:

BRASÍLIA - O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse nesta segunda-feira, 31, que está "muito preocupado" com o episódio do ataque de Israel a um comboio de navios de ajuda humanitária à Faixa de Gaza. A cineasta e ativista brasileira Iara Lee seria uma das pessoas que se encontrava a bordo de uma das embarcações. "É um ato realmente muito grave, ficamos muito preocupados com isso", afirmou.

 

 

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"Não poderíamos ter ficado mais chocados do que com um evento desse tipo. Eram pessoas pacíficas, que não significavam nenhuma ameaça e que estavam procurando realizar uma ação humanitária", disse Celso Amorim, após discursar no 33º período de sessões da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), em Brasília. "Ação humanitária que não teria sido nem necessária se terminasse o bloqueio à Gaza, que já está durando tanto tempo".

 

"Queremos que Israel viva em segurança, mas não é com essas ações que Israel vai ter segurança. É tendo a paz com os seus vizinhos, a Palestina e os países árabes que os cidadãos israelenses também terão a sua paz e a sua tranquilidade", comentou Celso Amorim, que informou que um diplomata brasileiro deve se deslocar à região próxima do incidente.

 

Estado palestino

 

Também nesta segunda, o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), defendeu a criação de um Estado Palestino. Ele condenou o ataque de Israel ao comboio de navios que levava ajuda humanitária à Faixa de Gaza. "Esse ataque pode ser caracterizado como terrorismo de Estado. O que Israel fez é inadmissível; é uma provocação ao mundo", disse Vaccarezza. "A ONU precisa obrigar, criar condições para a construção do Estado Palestino", completou.

 

Nesta segunda, militares israelenses atacaram uma frota de ajuda humanitária da ONG Gaza Livre, que levava suprimentos para o território palestino. Segundo a imprensa de Israel, dez pessoas morreram, embora o governo do Estado judeu confirme nove vítimas

 

 

O governo de Israel havia dito durante a semana que não permitiria a entrada de quaisquer embarcações em águas da costa da Faixa de Gaza. Os israelenses, que permitem a entrada de ajuda humanitária a Gaza por fronteiras terrestres controladas, disse que a frota poderia desembarcar no porto de Ashdod. O Estado judeu mantém o bloqueio à Faixa de Gaza desde que o grupo militante palestino Hamas tomou o controle do território em 2007.

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