Análise: Intenção do governo americano precisaria de ainda mais recursos em Defesa

Comissão das Forças Armadas da Câmara dos Deputados fala da necessidade de compensar os 20% perdidos pelo setor durante os anos do governo Obama, mas reconhece que a ampliação 'é insuficiente'

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O aumento de US$ 54 bilhões em gastos militares para 2018 anunciado ontem pelo presidente Donald Trump é pequeno para atender às pretensões do governo no setor da Defesa. O teto do orçamento do Pentágono passaria dos US$ 585 do último exercício proposto por Barack Obama, o de 2017, para US$ 603 bilhões. 

Donald Trump discursa na Casa Branca Foto: Kevin Lamarcque/Reuters

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Não está claro de onde vai sair o dinheiro e Trump não pode entrar no desvio do déficit. Para evitar a armadilha, vai ter de remanejar fundos, provavelmente reduzindo programas nas áreas de educação, saúde e meio ambiente. Imediatamente após a apresentação da proposta, a Comissão das Forças Armadas da Câmara dos Deputados reagiu, destacando a necessidade de compensar os 20% perdidos pelo setor durante os oito anos do governo Obama, e reconhecendo que a ampliação “é insuficiente”. 

O orçamento da Defesa dos EUA é três vezes maior que o da China, o segundo do mundo, na faixa dos US$ 200 bilhões. Pela ordem, prevendo investimentos entre US$ 90 bilhões e US$ 40 bilhões, estão Arábia Saudita, Rússia, Reino Unido, Índia, França, Japão, Alemanha e Coreia do Sul. As forças americanas estão presentes no mundo inteiro, somando perto de 1,5 milhão de combatentes. Trump quer juntar a essa tropa mais 500 mil. Em um país onde o serviço militar não é obrigatório e o recrutamento de pessoal compete diretamente com a iniciativa privada, isso implica em política de remuneração atraente, com benefícios paralelos. 

O novo presidente enfatizou a necessidade de construir mais 14 submarinos de ataque nuclear e a modernização das armas atômicas. Só a manutenção do atual arsenal estratégico consome US$ 25 bilhões por ano. Os navios da nova classe Ohio podem custar até US$ 4 bilhões cada. E isso é só o começo.

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