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Análise: Nova equipe de Trump aumenta chances de uma nova guerra

Perigo surge da convicção do presidente de que os EUA estão sendo provocados por rivais que necessitam entender que 'América em Primeiro Lugar' significa que eles têm chance de negociar um acordo ou a força será empregada

Por David Sanger e Gardiner Harris
Atualização:

John Bolton, novo assessor de Segurança Nacional, defende uma “rápida tomada de controle” da Coreia do Norte pela do Sul. Ele e o novo secretário de Estado, Mike Pompeo, defendem retirar os EUA do acordo nuclear firmado com o Irã, em 2015. A nova diretora da CIA já supervisionou interrogatórios em que suspeitos de terrorismo foram torturados. Os dois generais elogiados por Donald Trump como pessoas duras hoje são considerados moderados. Nunca, desde os atentados de 2001, líderes da área de segurança aumentaram tanto a ameaça de um confronto militar.

O ex-embaixador dos EUA na ONU e atual assessor de segurança nacional do governo Trump,John Bolton Foto: AP /Julie Jacobson

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O perigo surge da convicção de Trump de que os EUA estão sendo provocados por rivais que necessitam entender que “América em Primeiro Lugar” significa que eles têm chance de negociar um acordo ou a força será empregada. Coreia do Norte e Irã são os desafios mais imediatos. 

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Até o momento, Bolton tem declarado que seus comentários do passado “ficaram para trás”. Horas depois de ser anunciado, ele prometeu encontrar maneiras de executar o programa com o qual Trump foi eleito e não tolerará morosidade e vazamentos. No entanto, algumas pessoas que o conhecem preveem choques colossais. O secretário da Defesa, Jim Mattis, general que é a favor do acordo com o Irã e contra uma ação militar contra a Coreia do Norte, disse que não sabe se conseguirá trabalhar com Bolton. O chefe de gabinete da Casa Branca, o general John Kelly, também não gostou da nomeação.

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Os críticos afirmam que as chances de uma ação militar aumentarão quando Bolton for a última pessoa que um volátil Trump consultar. “Ele não é um burocrata cujas opiniões são desconhecidas”, diz Michael McFaul, ex-embaixador em Moscou. “Ele sempre foi muito claro sobre o uso da força contra Irã e na Coreia do Norte.” 

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Se Trump revogar o acordo, o Irã pode retomar a produção de combustível nuclear em quantidades ilimitadas. Neste caso, EUA e Israel retornarão ao ponto em que estavam antes do pacto: ameaçando uma ação militar para destruir as instalações nucleares iranianas, arriscando um nova guerra no Oriente Médio. Este era o caminho defendido por Bolton antes de se tornar assessor de Segurança Nacional. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO 

* SÃO JORNALISTAS

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