CARACAS -A Venezuela sofreu entre a noite de quinta-feira, 7 e esta sexta-feira, 8, o maior apagão da história do país. Uma falha na Hidrelétrica de Guri, que fornece a maior parte da energia para o país, obrigou os venezuelanos a passar mais de 22 horas no escuro. Enquanto o líder da oposição, Juan Guaidó, usou o blecaute para convocar a população para um ato hoje contra o presidente Nicolás Maduro, o chavista atribuiu a falta de luz a uma “guerra elétrica” conduzida pelos Estados Unidos.
A falta de energia afeta também o Estado brasileiro de Roraima, única unidade da federação que não está interligado ao sistema elétrico nacional, que depende da energia fornecida pelo país vizinho. Termoelétricas foram acionadas para compensar a falta de energia na Venezuela.
Até esta tarde, a luz tinha voltado de maneira parcial a 14 dos 23 Estados do país afetados pelo blecaute e para a maior parte da Grande Caracas.Ao longo do dia, aulas foram canceladas e repartições públicas não funcionaram.
A partir das 17h50 de ontem ( no horário de Brasília), hospitais que não contavam com geradores passaram a sofrer problemas para manter unidades neonatais e UTIs em funcionamento. O metrô de Caracas não funcionou e postos de gasolina não conseguiam abastecer veículos em virtude da falta de luz.
A maior parte do comércio não abriu nas maiores cidades do país. O apagão também afetou o setor de telecomunicações, uma vez que a maior parte das torres de telefonia e internet ficaram sem energia. Voos foram cancelados, com passageiros sem conseguir viajar dentro do país, ou internacionalmente,e o serviço de fornecimento de água deixou de funcionar.
O governo Maduro denunciou uma "sabotagem" contra a principal barragem de geração de energia elétrica no país. “A guerra elétrica do imperialismo americano será derrotada”, disse o presidente. Seus auxiliares responsabilizaram, sem oferecer provas, o senador americano Marco Rubio, pela suposta sabotagem.
Guaidó, por sua vez, disse que o apagão é mais um motivo para marchar hoe contra Maduro. “Não é normal que 50% dos hospitais não tenham geradores”, disse. “Estamos vivendo uma tragédia.” / AFP, EFE e AP