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Chavistas e opositores continuam com discursos eleitorais apesar de proibição

Mesmo com veto do Conselho Nacional Eleitoral, figuras chave do governo e da Mesa da Unidade Democrática (MUD), principal coalizão opositora, deram declarações eleitorais neste sábado

Atualização:

CARACAS - Apesar do período de reflexão imposto desde sexta-feira na Venezuela, oposição e chavismo continuaram a dar declarações em tom de campanha neste sábado, 5, véspera da eleição que definirá os 167 integrantes da Assembleia Nacional do país. O governismo prometeu reconhecer os resultados das urnas e atacou opositores e a imprensa estrangeira.

O prefeito do município de Libertador, parte da Grande Caracas, e coordenador da campanha da coalizão chavista Grande Pólo Patriótico (GPP), Jorge Rodríguez, afirmou que o governo não terá problemas com os números da votação e acusou os opositores de pretender incitar violência após o fechamento das urnas e a divulgação do resultado. Pela primeira vez em 10 anos, a oposição tem a expectativa de conquistar maioria na sede unicameral do Legislativo venezuelano. 

Pedestres passam por cartazes com a foto de Hugo Chávez pedindo votos para o PSUV na capital venezuela,Caracas Foto: AP Photo/Ariana Cubillos

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Rodríguez também atacou a imprensa internacional, citando veículos como a emissora americana CNN e o jornal espanhol El País como parte de uma "articulação estrangeira" contra o chavismo.

Pelo lado opositor, a ex-deputada e uma das líderes da coalizão Mesa da Unidade Democrática (MUD) María Corina Machado atacou os chavistas e disse que apenas um resultado será justo: a vitória opositora. "Ou arrasamos, ou será uma fraude monumental que não aceitaremos", afirmou no início da tarde (horário local).

Apesar da tensão entre os comandos de campanha, o clima nas ruas de Caracas é tranquilo neste sábado. Desde sexta, está em vigor uma lei seca eleitoral que durará até a segunda-feira e o porte de armas em locais públicos está proibido aos civis. Além disso, mais de 160 mil militares foram enviados às ruas do país seguindo o Plano República, estratégia de reforço na segurança que é adotada em todas as eleições venezuelanas.

Cédula. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) confirmou neste sábado que os votos dados ao partido MIN-Unidade, pivô de um impasse com a oposição, serão computados para a coalizão chavista da qual faz parte. O MIN-Unidade é contestado formalmente pela MUD por ter adotado uma logomarca muito similar à dos opositores. Além disso, a posição do partido na cédula que guiará o voto eletrônico dos eleitores fica exatamente ao lado da MUD. 

Os opositores tentaram impugnar a participação do MIN-Unidade na votação de domingo, mas os apelos ao CNE foram infrutíferos. Enquanto tentava eliminar o partido das cédulas, a MUD usou parte de seus últimos dias de campanha para alertar os eleitores sobre possíveis confusões na hora de votar.

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