(Atualizada às 16h30)
SANAA - Após milicianos xiitas e guardas do palácio presidencial se enfrentarem nesta segunda-feira, 19, em Sanaa, a capital do Iêmen, um cessar-fogo foi alcançado, segundo autoridades locais.
O cessar-fogo foi negociado por um comitê presidencial que incluiu os ministros do Interior e da Defesa, um auxiliar presidencial e um xeque de uma tribo que é próximo aos houthis.
Fontes médicas disseram que cinco pessoas foram morta e mais de 20 ficaram feridas. É provável que o número de vítimas seja maior.
O som de explosões ecoou pela cidade e nuvens de fumaça negra podiam ser vistas sobre edifícios do centro da cidade enquanto os confrontos mais intensos desde que o movimento muçulmano xiita Houthi invadiu a capital em setembro, afundando o frágil Estado árabe em agitação política e provocando acusações de que os militantes preparavam um golpe.
Os Houthis assumiram o controle da agência de notícias e TV estatais, disse um ministro.
O comboio do primeiro-ministro do Iêmen, Khaled Bahah, foi alvo de disparos, declarou a ministra de Informação, Nadia Sakaf.
Bahah está "são e salvo", acrescentou a ministra no Twitter, acusando milicianos de um posto de controle huzi na rua Zubairi de terem aberto fogo contra o comboio do primeiro-ministro. A tensão aumentou em Sanaa desde o sequestro, no sábado, do chefe do gabinete do presidente Abd Rabo Mansur Hadi, que foi reivindicado pelos milicianos xiitas.
A ministra também descreveu o ataque ao palácio presidencial como uma tentativa de golpe. O palácio é defendido pela unidade militar de proteção presidencial.
Os milicianos de Ansarullah, que entraram em setembro na capital, mobilizaram reforços no bairro do palácio, que segue atualmente sob o controle da guarda presidencial.
Esta guarda também reforçou sua presença neste setor situado ao sul de Sanaa, perto da praça Sabeen, onde se encontra a residência do presidente Abd Rabbo Mansur Hadi.
Muitas famílias deixaram suas casas, segundo testemunhas.
A tensão aumentou em Sanaa no sábado após o sequestro do chefe de gabinete do presidente Hadi, reivindicado por milicianos xiitas, também chamados de hutis.
Desde que entraram na capital, os hutis não pararam de ampliar sua influência a outras regiões do Iêmen, onde enfrentam combatentes sunitas e grupos relacionados à Al-Qaeda.
/ AFP, EFE e REUTERS