PUBLICIDADE

Após decreto dos EUA, Maduro buscará lei habilitante para se defender de 'agressões'

Presidente venezuelano diz que 'boa parte dos líderes da oposição' do país foram impostos por Washington 

Atualização:
Presidente Nicolás Maduro rebate declarações de Obama Foto: Reuters

CARACAS - Em resposta ao decreto no qual o governo americano declara a Venezuela uma ameaça à segurança dos EUA, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou na noite de segunda-feira, 9, que solicitará à Assembleia Nacional uma lei habilitante especial para "preservar a paz no país", assim como a "institucionalidade diante de qualquer agressão".

PUBLICIDADE

"Será uma solicitação para uma lei habilitante especial e extraordinária para defender a paz, a soberania, a tranquilidade, a integridade de nossa pátria", ressaltou. "Solicitarei a lei habilitante anti-imperialista. Uma lei anti-imperialista para nos prepararmos para todos os cenários, e em todos ganhar."

Maduro também anunciou que pedirá ao partido governista, que controla do Congresso, que conceda a ele novos poderes para que possa defender o país contra todas as agressões e ameaças à sua soberania. Mas não especificou quais seriam esses poderes e como ele os usaria. A oposição criticou o plano, afirmando que ele será usado para anular a dissidência ao governo de Maduro.

A concessão de poderes por decreto foi ferramenta usada pelo antecessor de Maduro, Hugo Chávez, para promulgar dezenas de leis que aumentaram o controle estatal sobre a economia.

Em um dos pontos do decreto apresentado por Barack Obama, que impôs sanções a mais sete venezuelanos, o governo americano pediu que a Venezuela liberte os opositores políticos. Maduro, no entanto, retrucou dizendo que "na Venezuela se aplica a justiça verdadeira e não a imperial" e afirmou que "boa parte dos líderes da oposição" foram impostos por Washington e orientados a fazer das eleições venezuelanas episódios difíceis e chamados para "plebiscito", para trazer cenários de violência.

"O presidente Barack Obama, representando a elite imperialista dos EUA, decidiu passar pessoalmente, a cumprir a tarefa de derrocar meu governo e intervir na Venezuela para controlá-la", disse Maduro.

Maduro disse ainda que Obama será recordado na história como os presidentes americanos Richard Nixon e George W. Bush, por golpes que tentaram dar em outros países. /AP

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.