Após dois anos, UE e Cuba fecham acordo que normaliza relações
País era o único da América Latina sem um acordo de diálogo político com o bloco em virtude da questão dos direitos humanos
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Por Redação
Atualização:
HAVANA- O governo de Cuba e da União Europeia (UE) fecharam nesta sexta-feira um acordo para normalizar completamente suas relações, marcadas nos últimos anos por diferenças especialmente sobre o tema dos direitos humanos. O pacto foi selado, após dois anos de negociações, pelo vice-chanceler da UE Christian Leffler e o vice-ministro de Relações Exteriores de Cuba, Abelardo Moreno, em Havana.
Cuba era o único país da América Latina sem um acordo de diálogo político com o bloco. A medida marca o fim da posição europeia de exigir avanços em termos de direitos humanos para cooperar com a ilha.
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Participaram da cerimônia os chefes de diplomacia da UE, Federica Mogherini, e de Cuba, Bruno Rodríguez. "Este acordo inicia um novo capítulo na história das relações entre a União Europeia e Cuba", disse Federica pouco depois de o negociador do bloco, Christian Leffler, e o vice-chanceler cubano, Abelardo Moreno, firmarem o pacto.
Rodríguez disse que os dois lados se reunirão em breve para retomar um diálogo sobre direitos humanos que começaram em Bruxelas no ano passado.
O entendimento é mais um passo no rápido descongelamento das relações cubanas com o Ocidente desde sua reaproximação dos Estados Unidos em 2014 e da renegociação de débito com as nações abastadas do Clube de Paris em dezembro último.
Novos tempos em Cuba
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Cubanos acessam sinal de internet em um dos 35 pontos de Havana que têm Wi-Fi; apesar de ter sido reduzido, preço é muito alto
Cubanos acessam sinal de internet em um dos 35 pontos de Havana que têm Wi-Fi; apesar de ter sido reduzido, preço é muito alto Foto: REUTERS/Enrique de la Osa
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Carros dos anos 50 que funcionam como táxis em Havana - As imagens de Havana foram feitas pela correspondente do Estadão Cláudia Trevisan e por agênci... Foto: Cláudia Trevisan/ESTADÃOMais
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Muro com slogans em frente à Embaixada dos EUA, na Tribuna Anti-Imperialista Foto: Cláudia Trevisan/ESTADÃO
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José Luís, motorista da reportagem do Estado, com seu Moscovich 1980, que herdou do pai, e o gancho improvisado que usa para manter o vidro fechado Foto: Cláudia Trevisan/ESTADÃO
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Juan em sua casa em Romerillo com uma manga que custa 5 pesos (0,25 dólares); com aposentadoria e trabalho de vigia, ele ganha 360 pesos por mês Foto: Cláudia Trevisan/ESTADÃO
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Prédio da Embaixada dos EUA em Havana Foto: Cláudia Trevisan/ESTADÃO
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Cubanos consertam carro americano dos anos 50 no bairro Romerillo, em Havana Foto: Cláudia Trevisan/ESTADÃO
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Jornal que está no Museu da Revolução; com data de 4 de janeiro de 1961, anuncia a decisão dos EUA de romper relações com Cuba Foto: Cláudia Trevisan/ESTADÃO
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Carros dos anos 50 que funciona como táxi em Havana; várias pessoas tomam o mesmo veículo, que faz um trajeto definido ao custo de US$ 0,40 Foto: Cláudia Trevisan/ESTADÃO
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Grupo de turistas passeia em antigo carro conversível em Havana. Para americanos, visitar Cuba é uma verdadeira "viagem no tempo" Foto: Alejandro Ernesto_EFE
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É cada vez mais comum a presença de turistas americanos em Havana, atraídos por construções antigas e carros clássicos que ainda circulam pelas ruas Foto: Alejandro Ernesto / EFE
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Altar onde Papa Francisco rezará a primeira missa em território cubano Foto: Alejandro Ernesto / EFE
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A retomada das relações entre EUA e Cuba está permitindo a entrada de navios de cruzeiros e elegantes iates de luxo no território cubano Foto: Desmond Boylan / AP
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Preparativos para receber o Papa em Havana começam a mudar a fachada da capital. Pontífice chega à cidade no dia 19 de setembro Foto: Alejandro Ernesto / EFE
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Turistas caminham em Havana e desfrutam de uma autêntica "viagem no tempo" Foto: Alejandro Ernesto / AP
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Segurança caminha ao lado do iate americano Still Waters, atracado na marina Hemingway, em Havana Foto: Desmond Boylan / AP
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Grupo de turistas visita uma feira de livros em Havana. Muitos americanos querem visitar a ilha para saber o que mudou em 50 anos Foto: Alejandro Ernesto / AP
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Trabalhadores cubanos constroem altar para a visita do Papa Francisco Foto: Alejandro Ernesto / EFE
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Cachorro com fantasia em desfile de Carnaval em Santiago. Festividade deve atrair mais turistas a cada anoapós a retomada das relações com os EUA Foto: Alejandro Ernesto / EFE
Ele ainda ocorre a poucos dias de uma visita do presidente dos EUA, Barack Obama, a Havana no dia 20 de março, a primeira de um mandatário norte-americano desde a revolução cubana de 1959.
Dias depois da visita, a banda de rock Rolling Stones irá tocar na ilha caribenha pela primeira vez. Nesta semana, o grupo de música eletrônica Major Lazer entreteve 400 mil jovens cubanos à beira-mar na capital cubana, o maior espetáculo de um artista dos EUA no país. Apesar da reaproximação, Washington mantém o embargo econômico contra Cuba, o que torna mais difícil para empresas europeias com negócios nos EUA operarem na ilha./ AFP e REUTERS