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Após eleição do papa, China pede ao Vaticano para encerrar laços com Taiwan

Por BEN BLANCHARD E MICHAEL MARTINA
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A China espera estreitar os laços com a Igreja Católica, afirmou o país nesta quinta-feira, um dia após a eleição do novo papa, mas destacou que o Vaticano deve tomar a iniciativa e encerrar as relações diplomáticas com Taiwan. A população de 8 a 12 milhões de católicos na China está dividida entre a Associação Patriótica Católica, comandada pelo Partido Comunista chinês, que tem nomeado bispos sem a aprovação do Vaticano, e uma igreja clandestina, cujos membros se reúnem em privado, com medo do controle do Estado. A China cortou relações diplomáticas com o Vaticano pouco depois que os comunistas tomaram o poder, em 1949, e, desde então, exige que a Santa Sé corte os laços com o governo autônomo de Taiwan, que Pequim considera uma província separatista. "Nós somos sinceros em querer melhorar as relações", disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores Hua Chunying a repórteres, oferecendo parabéns ao papa Francisco. Mas o Vaticano "deve parar de interferir nos assuntos internos da China, inclusive em nome da religião", afirmou Hua, acrescentando que a Santa Sé deve encerrar o reconhecimento diplomático de Taiwan. "Esperamos que a Igreja Católica, sob a liderança do novo papa, possa trabalhar duro junto com a China, e criar condições favoráveis ??para melhorar as relações", disse ela. Taiwan, por sua vez, afirmou acreditar que sua parceria religiosa, acadêmica e cultural com o Vaticano iria se aprofundar sob o novo papa. Os comentários de Hua reiteram a posição da China de que o Vaticano e o papa argentino Francisco, eleito na quarta-feira como o primeiro pontífice não-europeu em quase 1.300 anos, teriam que dar o primeiro passo. (Reportagem de Michael Martina, Ben Blanchard, Maxim Duncan, Megha Rajagopalan e Sally Huang)

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