LIMA - O ex-presidente do Peru Alberto Fujimori, que recebeu indulto há duas semanas, declarou neste sábado que deseja um "Peru sem rancores" e com "todos trabalhando por um objetivo maior", dois dias depois de receber alta do hospital onde estava internado por problemas cardíacos.
"Nas primeiras horas desta nova etapa da minha vida, vários sonhos me invadem constantemente e queria compartilhá-los. Desejo um Peru sem rancores, com todos trabalhando por um objetivo maior", escreveu ele no Twitter.
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O indulto causou divisão dentro do partido fujimorista Força Popular, dirigido pela sua filha Keiko Fujimori, pois em um comunicado, seu Comitê Executivo Nacional expressou na quinta-feira sua saudação à liberdade do seu fundador, embora discordasse da "maneira pela qual conseguiu".
O grupo liderado por Kenji se absteve na votação da vacância presidencial, com o qual salvou Kuczynski da destituição, enquanto que o partido criticou duramente o mais novo dos Fujimori por não acatar a decisão de apoiar a saída do governante.
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Por causa do indulto, que gerou rejeição nas ruas e em diferentes setores políticos, Kuczynski anunciou que formará um novo gabinete ministerial, chamado "da reconciliação", para enfrentar o restante do seu período (2016-2021).
"Seremos um país que recupera a segurança e elimina a violência. Estas metas poderão ser cumpridas se os interesses particulares e oportunismos forem deixados de lado. UNIDOS PODEREMOS CONSEGUIR!", acrescentou ele em uma segunda mensagem.
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Após deixar a clínica onde ficou por 12 dias, Fujimori está agora em uma luxuosa casa alugada no distrito da Molina, que segundo o seu médico Alejandro Aguinaga será custeada por amigos. Por causa da condenação a 25 anos de prisão pelos massacres de Barrios Altos e La Cantuta, bem como o sequestro de um jornalista e um empresário, Fujimori não recebe os benefícios concedidos a ex-presidentes e não pode ser reintegrado após o perdão. / EFE e AFP