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Após nevasca, Costa Leste americana tenta retomar sistemas de transporte

Mais de 11 mil voos já foram cancelados desde a formação da tormenta Jonas, que despejou quase 70 centímetros de neve sobre áreas como o Central Park

Atualização:

A Costa Leste dos EUA iniciou ontem os esforços para normalizar transportes, serviços e outras atividades após a passagem da tempestade Jonas, que provocou nevascas de proporções históricas em algumas das principais cidades do país. A tormenta deixou ao menos 29 mortos – a maioria, em acidentes nas estradas congeladas. 

“Foi uma tempestade verdadeiramente histórica e, apesar de termos feito grandes avanços, ainda não acabou o trabalho”, afirmou o governador de Nova York, Andrew Cuomo, em pronunciamento ontem. “Os nova-iorquinos ainda devem evitar viagens desnecessárias e pedimos que tenham cautela, tracem planos com antecedência e mantenham-se seguros”, acrescentou. 

Avião estacionado na pista coberta pela neve do aeroporto JFK, em Nova York Foto: Kevin Hagen|The New York Times

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As mortes ocorreram nos Estados de Arkansas, Kentucky, Nova York, Carolina do Norte, Maryland e Virgínia, onde mais de 200 mil domicílios ficaram sem eletricidade e 2,2 mil homens da Guarda Nacional foram mobilizados para auxiliar nos trabalhos de prevenção e resgate em cidades e estradas. 

Entre as vítimas, sete sofreram ataques cardíacos enquanto faziam esforços para limpar a neve com pás e outros equipamentos. Volume. A precipitação de neve sobre o Central Park, em Nova York, chegou a 68 centímetros – nível inferior apenas à maior nevasca já registrada, em 1869. Em Washington, foram registrados 56 centímetros.

Durante a madrugada de ontem, uma frota de 2,5 mil caminhões de limpeza trabalharam em Nova York, mas as temperaturas negativas, inferiores às registradas no sábado, endureceram a neve, congelaram pistas que já haviam sido liberadas e dificultaram o trabalho. 

Os recordes históricos de precipitação também foram quase alcançados na Filadélfia e em Baltimore. As rajadas de vento da tempestade alcançaram até os 80 km/h em alguns locais.

Transportes. Mais de 11 mil voos já haviam sido cancelados até ontem desde o início da formação da tormenta. Em Washington, os dois principais aeroportos continuavam fechados ontem. Em Nova York, no entanto, voos já começaram ontem a chegar aos aeroportos JFK e La Guardia.

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A situação caótica nos transportes levou a Câmara dos Deputados, em Washington, a suspender todas as sessões marcadas para a semana, já que muitos dos parlamentares não conseguiriam regressar de seus estados para participar das votações. Entre os itens adiados da pauta, está a discussão da imposição unilateral de novas sanções ao Irã após testes com um míssil balístico.

Em Washington e Nova York, as proibições de circulação de veículos – exceto em casos emergenciais – foram retiradas na manhã de ontem. Desde a tarde de sábado, motoristas que se arriscassem na nevasca sem necessidade estariam sujeitos até a detenção, segundo o prefeito de Nova York, Bill de Blasio.

Apesar do fim da proibição, milhares de motoristas, ontem, não conseguiriam circular porque seus veículos, estacionados nas ruas, estavam cobertos por grandes camadas de neve. O prefeito De Blasio pediu à população que esperasse “alguns dias” para desenterrar seus carros para facilitar a circulação dos caminhões de limpeza.

A retomada dos serviços de trens, metrô e ônibus em Nova York estava prevista para iniciar gradualmente na manhã de hoje. Os espetáculos da Broadway também serão retomados. As escolas abrirão normalmente na cidade, mas permanecerão fechadas em Washington. / AFP e WASHINGTON POST 

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