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Após terremoto, silêncio e busca sem descanso por sobreviventes no México; vítimas já são 233

Muitos moradores da capital mexicana não dormiram, com medo de um tremor secundário forte; caminhões de carga circularam pelas ruas da cidade durante a madrugada com água, alimentos e medicamentos

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Por Redação
Atualização:

CIDADE DO MÉXICO - Os trabalhos de resgate prosseguem sem descanso na capital e nos Estados centrais do México nesta quarta-feira, 20, em busca de sobreviventes sob os escombros de edifícios que desabaram após o terremoto devastador da véspera. Segundo últimas informações divulgadas, o número de vítimas subiu para 233.

"Atualização: somam 233 mortos: 102 na Cidade do México, 69 em Morelos, 43 em Puebla, 13 no Estado do México, 5 em Guerrero e 1 em Oaxaca", disse em sua conta no Twitter o diretor da Defesa Civil no Ministério do Interior, Luis Felipe Puente.

Grande parte da cidade não descansou durante a madrugada;socorristas caminhavam com pás pelas áreas mais afetadas Foto: AP Photo/Miguel Tovar

Muitos moradores da capital não dormiram, com medo de um tremor secundário forte e à espera dos resgates nos mais de 40 imóveis que desabaram na Cidade do México. No dia 19 de setembro de 1985, a capital ficou parcialmente destruída por um terremoto de 8,1 graus de magnitude que deixou mais de 10 mil mortos.

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Com os braços levantados e gritos pedindo silêncio, os socorristas - dos chamados Topos, que se especializaram em resgates depois do terremoto de 1985, até civis voluntários - não pararam durante a madrugada, com a esperança de ouvir qualquer ruído que indicasse a presença de um sobrevivente sob os escombros. Quando uma pessoa conseguia retirar alguém, o silêncio dava lugar a aplausos e comemorações.

Grande parte da cidade não descansou durante a madrugada. Caminhões de carga circulavam pelas ruas com água, alimentos, medicamentos e outros produtos de primeira necessidade. Os socorristas caminhavam com pás pelas áreas mais afetadas.

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Nos parques públicos da área de Roma-Condesa, foram criados acampamentos que distribuíam ajuda para voluntários e desabrigados. Muitas pessoas dormiram nas ruas. As aulas na capital e nos Estados afetados foram suspensas temporariamente, enquanto prédios públicos devem trabalhar apenas com funcionários essenciais.

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O presidente do México, Enrique Peña Nieto, divulgou uma mensagem durante a madrugada com um pedido de calma. "Na medida do possível, a população deverá permanecer em suas casas, desde que esteja segura, e evitar congestionar as ruas por onde devem transitar os veículos de emergência", disse.

O México fica entre cinco placas tectônicas e é um dos países com maior atividade sísmica no mundo. A capital conta com um sistema de alertas que se ativa um minuto antes do sismo. Jornalistas da agência de notícias France-Presse disseram que, desta vez, o alerta foi ouvido apenas no exato momento em que se sentiu o tremor, já que o epicentro estava a menos de 200 km de distância da capital.

No dia 7 de setembro, um terremoto de 8,1 graus de magnitude, o mais forte em um século no México, deixou mais de 90 mortos e cerca de 200 feridos no sul do país, especialmente nos Estados de Oaxaca e Chiapas. / AFP

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