WASHINGTON - Um mapa que mostra rotas utilizadas por usuários de um aplicativo de condicionamento físico revela informações potencialmente sensíveis sobre militares dos Estados Unidos e de seus aliados em lugares como Afeganistão, Síria e Iraque.
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O Global Heat Map, publicado como um projeto de análise de dados pela empresa Strava, usa informações de satélite para formar um mapa com a localização e a movimentação do usuários 27 milhões de usuários entre 2015 e 2017.
Os locais com mais registros de atividades são os EUA e a Europa, onde milhões de pessoas usam dispositivos inteligentes que gravam suas atividades físicas - no Brasil, estes dados aparecem principalmente nas regiões sul e sudeste e na porção costeira do nordeste.
Em zonas de guerra e em áreas desérticas de países como Iraque e Síria, este mapa de calor praticamente desaparece, com exceção para pontos específicos que coincidem com bases militares usadas por soldados dos EUA e de seus aliados - nem todas essas bases, porém, são de conhecimento público.
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No Iraque, por exemplo, o registro de movimentação é intenso em locais onde estão estacionadas forças da coalizão anti-jihadistas liderada pelos EUA. Isso pode ser observado em Taji, ao norte de Bagdá; Qayyarah, ao sul de Mossul; Speicher, perto de Tikrit; e Al-Asad, na província de Anbar. Outras localizações menores, no norte e no oeste do país, também aparecem no mapa, indicando a presença de instalações menos conhecidas.
O mesmo ocorre no Afeganistão, onde a base aérea de Bagram, ao norte de Cabul, e várias outras localizações ao sul do país estão repletas de registros de atividades. E também na Síria, em Qamishli, no noroeste, um dos principais enclaves das forças curdas - aliadas do EUA.
Tobias Schneider, um analista de segurança que está entre as pessoas que descobriram que o mapa mostrava bases militares, destacou que também há atividades em instalações militares na Síria ou, por exemplo, na base Madama, que as forças francesas usam no Níger.
Consultado, o Departamento de Defesa dos EUA (DoD, na sigla em inglês) afirmou que estava "revisando" a situação. "Informação recente enfatiza a necessidade de estar ciente da localização quando o pessoal militar compartilhar informações pessoais", disse a major Audricia Harris, uma porta-voz do Pentágono.
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"O DoD leva muito a sério questões como esta e está revisando a situação para determinar se são necessários guias ou políticas adicionais para garantir a segurança dos funcionários de defesa no país ou no exterior", completou Audricia. O Pentágono recomenda a seus funcionários que "limitem os perfis públicos na internet, incluindo contas pessoas nas redes sociais", concluiu a major.
Ao jornal The Washington Post, o Comando Central de Imprensa da coalizão americana que combate o EI no Oriente Médio afirmou que está revisando o uso de dispositivos sem fio em instalações militares após a revelação destes dados. "O rápido de desenvolvimento de novas e inovadoras tecnologias da informação melhora nossa qualidade de vida, mas também representa desafios potenciais para a segurança operacional e proteção das nossas forças."
Em nota, a Strava afirmou que está "comprometida a trabalhar com militares e funcionários do governo dos EUA para resolver questões sobre áreas sensíveis exibidas no mapa". Em um comunicado anterior, a empresa havia afirmado que os usuários deveriam checar suas configurações de privavidade e forneceu instruções de como fazer alterações neste sentido. / AFP e WASHINGTON POST