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Arábia Saudita acaba com proibição dos cinemas

Novo herdeiro, Mohamed bin Salman, de 32 anos, quer aumentar a oferta de entretenimento no país

Atualização:

RIAD -  O Ministério da Cultura e Informação da Arábia Saudita  anunciou nesta segunda-feira que, a partir de março, a população poderá voltar a frequentar as salas de cinema, acabando com 35 anos de proibição. “Isso marca um divisor de águas no desenvolvido da economia cultural do reino”, disse o ministro Award Alawad. 

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Para entender: O que as mulheres sauditas ainda não podem fazer

Os cinemas foram proibidos nos anos 80 por pressão da sociedade, após a conversão do país à forma mais conservadora do islamismo, que desencoraja entretenimento público com homens e mulheres. Os detalhes sobre o tipo de censura que deve ser estabelecida nas telas de cinema ainda não foram revelados, mas deve ser amplo em um país onde imagens de mulheres costumam ser cobertas nos anúncios.  A medida é parte de um ambicioso plano de reformas do príncipe herdeiro Mohamed bin Salman, de 32 anos, que busca promover espetáculos e eventos, apesar da oposição dos grupos conservadores.

Proibição durou 35 anos e é parte do plano de Mohamed bin Salman de promover mais espetáculos de entretenimento no país. Foto: Felipe Rau/Estadão

Outras medidas. No início deste mês, Riad recebeu um festival de comediantes amadores, um show do compositor grego Yanni, acompanhado de cantoras femininas, e o primeiro show reservado às mulheres, com a cantora libanesa Hiba Tawaji. Em fevereiro, o país organizou em Jeddah seu primeiro festival de cultura pop, a Comic-Con.

Em setembro, o governo da Arábia Saudita decidiu que as mulheres do país poderão dirigir carros a partir de junho de 2018. O reino saudita, local de nascimento do Islã e regido segundo a lei islâmica (sharia), era o único país do mundo que não permitia que as mulheres dirigissem.

O príncipe acredita que, além de melhorar a imagem do país no exterior, permitir que as mulheres dirijam pode ajudar a economia saudita – atualmente, para trabalhar, elas dependem da carona de algum membro masculino da família. Em setembro, centenas de mulheres foram pela primeira vez a um estádio para as festividades do Dia Nacional. / AFP e REUTERS

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