Argentina optou por dar calote, diz fundo credor

Comunicado do NML Capital, um dos principais credores, afirma que país recusou todas as propostas apresentadas na negociação

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Por Altamiro Silva Junior (Broadcast)
Atualização:
Ministro da Economia da Argentina, Axel Kicillof, durante coletiva de imprensa em Nova York Foto: Stan Honda/AFP

A Argentina recusou todas as propostas apresentadas no processo de negociação sobre sua dívida e escolheu dar o calote, afirma um comunicado do NML Capital, fundo do bilionário de Wall Street, Paul Singer, e o que mais tinha recursos a receber da Casa Rosada, conforme a sentença da Suprema Corte dos Estados Unidos.

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"Aceitamos muitas das propostas criativas apresentadas pelo mediador", afirma o porta-voz do NML no comunicado enviado na madrugada desta quinta-feira, acusando a Argentina de ter recusado de "considerar seriamente" todas elas. O mediador em questão é o advogado Daniel Pollack, designado pelo juiz federal Thomas Griesa para cuidar das negociações entre a Argentina e os credores norte-americanos. Ontem venceu o prazo para a Argentina pagar US$ 1,3 bilhão a estes fundos. Só o NML teria cerca de US$ 800 milhões a receber.

Pollack e o NML afirmam que a Argentina entrou em default desde a tarde da quarta-feira, mas o país não reconhece o calote, segundo declarações do ministro da Economia, Axel Kicillof, dadas no início da noite desta quarta-feira. "Calote é quando não se paga e a Argentina paga e vai continuar pagando", afirmou a jornalistas, ressaltando que o país depositou US$ 830 milhões no final do mês de junho para pagar os credores que aderiram às reestruturações da dívida de 2005 e 2010, mas Griesa impediu que os bancos repassassem o pagamento aos fundos. Além disso, depositou recentemente US$ 650 milhões para pagar dívidas ao Clube de Paris, disse o ministro.

Bancos

No início da noite da quarta-feira, se falava da possibilidade de bancos privados argentinos assumirem a dívida dos fundos norte-americanos, por meio de uma operação de compra de títulos e, assim, evitar o calote. O próprio Kicillof destacou esta possibilidade na entrevista à imprensa. Com isso, as negociações passariam a ser entre os argentinos e estes bancos, mas rumores no final da noite davam conta de que as conversas não avançaram.

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