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Argentina: promotor acreditava que caso contra Kirchner lhe custaria o emprego

Atualização:

O promotor argentino Alberto Nisman, cuja morte abalou o governo de Cristina Kirchner, confidenciou a uma congressista de oposição que acreditava que seria demitido pelo caso judicial em que acusava a presidente. A informação foi revelada pela parlamentar na sexta-feira.Nisman teria conversado com Laura Alonso em privado em 14 de janeiro, quatro dias antes de ser encontrado morto com um tiro no banheiro de sua casa. Na conversa, o promotor disse que temia pela sua segurança e pela de suas filhas. O relato de Alonso confirma o que diversos outros amigos e colegas de Nisman afirmaram após a sua morte.Três dias antes da morte, Nisman enviou uma mensagem de celular à Alonso, em que disse que "iria com tudo", referindo-se ao caso judicial para o qual se dedicava. "O governo sabe que estou levando essa investigação adiante", disse o promotor. Nisman iria comparecer ao Congresso argentino para acusar a presidente Kirchner de ter ajudado a proteger autoridades do Irã ligadas a um atentado à um centro comunitário judeu em 1994. O ataque deixou 85 pessoas mortas.Alonso defendeu que Nisman não cometeu suicídio, já que estava absolutamente comprometido com a investigação. Em outra mensagem de texto, enviada em 6 de janeiro, Nisman confidenciou à parlamentar que planejava retornar das férias em Londres antes do previsto. Dias depois, Nisman acusou publicamente a presidente de ter agido para proteger os iranianos no caso.Os investigadores, contudo, rejeitam a ideia de que Nisman mudou seus planos de viagem e afirmam que ele voltou à Argentina no dia 12 de janeiro, de acordo com a data de sua passagem original. Fonte: Associated Press.

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